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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Trechos de Tormenta, por Lauren Kate

Tormenta


  Já faz tempo que eu tenho caderninhos que uso só pra anotar frases e trechos que eu gosto nos livros. Mas o caderno acaba e eu fico com dó de jogar fora porque acho que vou estar jogando aquele conteúdo fora. Aliás, o que vocês fazem com os seus cadernos usados?
  Então resolvi postar aqui algumas dessas frases aos poucos. Não é um tipo de post novo por aqui, já que eu já fiz um no estilo com o livro Felicidade Clandestina. Na postagem de hoje, os trechos são do livro Tormenta, que eu não li recentemente, mas cujos trechos estão anotadinhos, e agora também disponíveis aqui.







- Demorou uma eternidade até que eles se encontrassem, mas agora ele lhe diz que precisavam se separar novamente.

- Tinha uma vaga e preocupante sensação de que alguma coisa estava profundamente errada.

- A ausência da voz dele, de seu calor, do toque de suas asas: aquilo doía nos ossos, como uma doença estranha.

- Não havia percebido até agora, mas uma parte sua tinha se perguntado se o veria novamente, se aquilo tudo havia sido um sonho.

- Pela primeira vez em sabe-se lá quanto tempo, sentia-se em casa.

- Ela pensava e se recusava a dar voz a centenas de perguntas, frustrações, acusações, e, por fim, desculpas por agir como uma criança mimada.

- Não queria pensar demais, pensar só iria aumentar as chances de ela perder a coragem.

- Mas o que eu não suporto é que uma bonitinha apaixonada, com uma casinha feliz e um namorado perfeito, apareça no meu canto se lamentando sobre seu triste caso de amor à distância.

- Divertir-se geralmente não era uma coisa tão simples. Por muito tempo, o riso tinha sido acompanhado de perto pela culpa, um sentimento persistente de que ela não deveria estar se divertindo por um motivo qualquer. Mas, de alguma forma, esta noite se sentia mais leve.

- Então, tecnicamente, sou eu. Talvez não o "eu" que você quer que eu seja...

- Não sei. Só estou tentando viver um dia após o outro.

- Estou sozinha, tentando descobrir o motivo. Tentando entender o que estou fazendo aqui...

- Que surpresa. Aparece do nada, arranja uma briga, então dá o fora. Assim deve ser o amor verdadeiro.

- O tipo de olhar que fazia você amar tanto a pessoa que sentia sua falta mesmo ela estando bem na sua frente.

- Caso não tenha notado, há coisas piores do que eu por aí.

- O bem e o mal não são tão preto no branco como você pensa.

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- Havia apenas uma coisa que não era idiota no meu ex-namorado idiota. E isso era o seu doce Mercedes, parado aqui no estacionamento do colégio. Para sua sorte, esqueci de devolver a chave extra.

- Não um desejo material, mas um desejo de compreender melhor o mundo, o nosso papel nele e o que vai ser de nós.

- Mas falando sério, o que um ajo já fez de bom por mim? Vou responder: Nada. Nada além de engravidar minha mãe e então largar totalmente nós duas antes de eu nascer. Comportamento verdadeiramente celestial.

- Você tem dificultado muito as coisas para mim.

- Ela estava, como uma idiota, à procura de sinais na água, alguma pista esculpida na áspera rocha vulcânica. Estava procurando por toda parte, exceto dentro de si.

- Eu te amo, Luce. Tanto que dói.

- Era uma risada inocente demais, despreocupada demais, para ainda pertencer a ela.

- Os vencedores reescrevem a história.

- Sei o que é um desesperado desperdício de esforço quando vejo um.

- Às vezes coisas belas entram em nossas vidas de repente. Nem sempre podemos compreendê-las, mas temos de confiar nelas. Eu sei que você quer questionar tudo, mas também compensa apenas ter um pouco de fé.

- Você precisa confiar que aqueles ao seu redor serão fiéis à sua natureza. Mesmo quando possa parecer que estão traindo quem são.

- Solidão em meio a uma multidão é o pior tipo de solidão, mas não dava para evitar.

- Não tenho a pretensão de fazer você se sentir melhor. Estou apenas tentando demonstrar um ponto de vista.

- Não seja uma dessas meninas "Ele é bom demais pra mim, blá blá blá."

- Ela fechou os olhos e riu com amargura. Não sabia de nada na época, comparado ao que sabia agora. E, ainda assim, se sentia mais segura de si mesma e de suas emoções naquela época do que jamais imaginara que fosse se sentir no futuro.

- Esse lugar é como uma porta giratória de rejeição. Pessoas vêm e vão o tempo todo.

- Para que serve a vida sem amigos confiáveis?

- Sua vida é preciosa demais para desperdiçar em um acesso de raiva.

- Seu rosto estava calmo como um lago tranquilo num dia sem vento.

- Não quero ficar aqui com eles. Eles têm segredos demais. Mentiras demais.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Sob a Tenda




  Ela deitava-se sobre ele e nunca se sentira mais confortável. Ele passava os dedos pelas cabelos negros e longos da moça.

  - Conte-me uma história. – disse.

  Ela sorriu e beijou seu rosto. Adorava lhe contar histórias. Olhou para a parte superior da tenda em que se encontravam e fez um esforço para procurar uma boa história.

  - Vou ficar muito feliz em lhe contar a história dos Meninos Bobos. – ela sorriu inocentemente.

  - São bobos como a moça dos meus olhos? – ele perguntou com sua voz grossa e retumbante.

  - Não. São muito bobos. Eu nunca faria algo tão bobo quanto eles.

  - O que fizeram?

  - Eram quatro irmãos. A mãe deles os presenteou com bolinhas doces, mas que não eram para ser comidas, pois elas eram apenas as moedas de troca para que pudessem ganhar alimento de verdade depois. Cada um ganhou uma bolinha de cada cor e deveriam guardar até que a mãe voltasse. O primeiro irmão escondeu a sua enterrando-a e depois não conseguiu mais achar. O segundo adiantou-se em tomar a bolinha do terceiro. Este último ficou muito triste ao perceber que a tinha perdido. E o quarto irmão simplesmente a comeu. – ela voltou sua atenção para seu amado, e viu que ele quase pegava no sono. – Pois assim não conto mais!

  - Histórias são para dormir. – ele protestou.

  - Mas você só pode dormir quando eu terminar de contar! Não seja um menino bobo.

  - Então continue, criança. – ele apertou as bochechas dela para que ela não ficasse chateada com ele.

  - Certo. – ela se ajeitou sobre as almofadas e se preparou para prosseguir. – Então, os irmãos que ficaram sem conversaram entre si e decidiram contar a verdade para a mãe. Porém, o que ainda tinha a sua e mais a que tinha roubado do irmão, propôs que eles fossem ao mercado roubar mais bolinhas doces. Os irmãos ficaram um pouco confusos, mas obedeceram ao irmão. Quando chegaram lá e estavam prestes a roubar, o irmão mais novo parou os outros. Ao ver aquele gesto, um homem de boa índole ficou comovido e distribuiu muitas bolinhas doces para cada um deles. E o coração do irmão que havia roubado a bolinha do outro e achado a que o outro havia escondido amoleceu, e ele devolveu o que havia tomado. Quando a mãe chegou, eles puderam comprar comida para dias seguidos, e eles aprenderam a nunca mais pensar em roubar.

  - É meio irônico me contar essa história, menina. – o homem disse, ciente de sua situação como ladrão.

  - A moral da história não é que você tem que parar de roubar. É que um gesto de arrependimento e caridade pode tornar as coisas melhores. – ela acariciou o seu braço.

  - Você é uma menina boa demais para alguém como eu.

  - Eu até lhe daria bolinhas doces, mas não as tenho.

  - Tenho você, e isso é melhor que qualquer outra coisa.

  Ele encheu-a de beijos ávidos, fazendo-a rir e se afogar no meio das incontáveis almofadas. Era uma moça de intensa alegria, mas no fundo, ela só queria que seu menino bobo aprendesse a lição do melhor jeito possível. Por isso, ela lhe contaria histórias todas as noites durante toda a sua vida contanto que no final ele aprendesse a moral de alguma história.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Doctor

 

 
 

  A noite havia apenas começado para o mundo. Mas para uma criança já era hora de dormir. E para a vovó também. Ela dormira no sofá e sempre que a menina se aproximava e aconselhava que fosse para a cama, a velhinha dizia que estava vendo TV. Não querendo mais insistir, quando ela adormecera novamente, a criança lhe acomodou melhor e lhe cobriu, desligando a televisão e indo para seu quarto logo em seguida.

  Seus pais tinham ido a uma festa e a deixara com sua avó. Eles faziam isso algumas vezes, e ela até mesmo gostava: conversava e brincava com sua avó e esperava na janela o Peter Pan chegar. Sonhara com ele inúmeras vezes, mas gostava de crer que não eram sonhos, que ele a fazia pensar que o eram. Acreditava ainda mais porque apenas sonhava com ele quando sua avó cuidava dela e acabava dormindo no sofá.

  Sentadinha perto da janela, olhando para o céu, encantada com a lua e esperando algo que não sabia se chegaria. Analu suspirou, e junto com seu suspiro lágrimas escorreram de seus olhinhos. Queria viver uma vida de sonhos, não uma vida de fatos.

  Para sua surpresa ouvira um barulho. Um barulho que nunca conseguiria reproduzir, mas que fazia sua mente se encher de possibilidades. Algo surgira em seu quintal e ela simplesmente não conseguia ver por causa de uma árvore que estava na frente. Levantara-se de um salto e se esforçava para tentar ver, mas não conseguia. Descera as escadas correndo, mas se preocupando em não fazer barulho, e abrira a porta, escondendo-se atrás dos arbustos e da árvore.

  Seria uma fada? Um elfo? Um gnomo? Não, parecia-lhe muito barulhento para tal. Um gigante?! Seria muito ruim se o fosse, não tinha nem ao menos uma espada... Talvez pudesse usar seus poderes mágicos... Que ainda não tinham se manifestado. Má ideia. Mas se fosse um gigante, pelo menos um herói iria salvá-la. Ao menos, ela esperava.

  Estava difícil de ver sem ser vista, e Analu tinha um pouco de medo por trás de todas as suas esperanças. Enfim, rapidamente, ela remexeu os arbustos, e com olhinhos atentos viu uma grande caixa azul. Uma grande caixa azul que nunca estivera no seu quintal e que não poderia aparecer ali tão repentinamente se não fosse por mágica.

  Seu coração acelerou ao ver a porta da caixa abrindo. Estava repleta de expectativas. Um pé saíra. Poderia ser um elfo, ainda que estivesse calçado. Poderia ser um rei. E, de uma vez, a criatura saíra. Era um homem. Um homem muito engraçado por sinal. Por que ficara dentro de uma caixa que lhe parecia tão boba? Ainda assim, não teve vontade de rir. Não era nada do que tinha imaginado. E mais: poderia estar em perigo pó estar relativamente perto de um desconhecido. Sentindo-se uma tola completa, começou a se esgueirar para casa.

  - Mas não é possível que eu tenha caído no lugar errado de novo! Você está ficando cada dia mais difícil de lidar. – o homem apontava e brigava com a caixa.

  Agora, Analu tivera vontade de rir. Além de parecer engraçado e bobo, ainda era louco. Ainda assim, prendeu o riso e, bem devagar, continuou se esgueirando. Por um momento teve a sensação de que seus olhos pousaram nela, mas logo em seguida ele desviara, e sorrindo começou a andar em círculos.

  - Bem, que bom que estou sozinho e não estou sendo observado. Afinal, seria muito chato se alguém me visse falando sozinho e... – puxara algo do bolso e atirara para a direção da menina.

  Analu retesou-se completamente e gritou, assustada. Entretanto, ficou muitíssimo surpresa ao ver que ele segurava algo parecido com uma caneta e que o som não fora de um tiro e sim algo que ela, novamente, tinha dificuldade de reproduzir. E, ainda mais, havia uma estrutura de ferro jogada próxima ao homem.

  – E me visse finalmente fazer esse bicho sossegar. – ele se abaixara e acariciara a estrutura. – Prometo que vai ser concertado. Foi uma pena o que aconteceu.

  Ciente de que sua posição fora dedurada pelo seu grito, Analu venceu sua curiosidade e pavor e saiu correndo em direção a porta da casa.

  - Ei, espere. Não vou lhe fazer mal. – ele disse andando na direção dela. – Mas ela já se trancara, arfando. – Isso pode soa exatamente como alguém que lhe faria mal diria... – disse mais para si do que para ela. -Sou bonzinho. Eu prometo.

  Ele encostara-se na porta e continuara a tentar conversar com a menina que percorria toda a casa trancando portas e janelas, voltando por fim à porta que levava ao quintal e o ouvindo continuar a dizer.

  - Escute. Estou apenas pedindo desculpas por incomodar a sua noite. Você não viu nada demais, está tudo bem e não vai se repetir. Foi apenas um sonho.

  - Um sonho? – ela perguntara, finalmente, lhe pegando pelo ponto fraco. – Mesmo?

  - Mesmo.

  - O que era aquilo no chão? De onde veio?

  - Era um Mephisto Canibas Electrofazen do Planeta G...

  - Um o quê? – ela perguntou, fazendo-o rir.

  - Um cão robô. – amaciou.

  - Você matou ele. Você mente. – ela recuou.

  - Não, ele está vivo. Ele está apenas com alguns problemas de conexão devido a um vírus... Na verdade, um tipo de raiva. Então eu dei uma anestesia nele e pra ele ficar saudável de novo. Entendeu?

  - Uhum. – Analu recuava sem saber se acreditava ou se simplesmente acordava sua avó, ligava para seus pais ou para a polícia.

  - Agora eu vou embora.

  - Tchau.

  - Tchau.

  Ela ouviu seus passos indo embora e então, pegou o telefone sem fio e saiu correndo para seu quarto, olhando pela janela. Viu-o recolher o animal de metal do chão e caminhar de volta para a caixa azul que não era visível dali. Analu se escondia nas cortina, mas mesmo assim ele olhou em sua direção e acenou com a mão livre. Tinha um sorriso singelo e um nariz simpático.

  Ela, quase involuntariamente, acenou de volta. Por um momento, percebeu que ele falara em planeta. Poderia ser um herói. Ou um rei de outro planeta. Não parecia possível que o fosse sendo tão esquisito. Era um sonho. Sendo assim, abriu sua janela, e ouviu-o dizer novamente:

  - Tchau!

  - Tchau pra sempre!

  - Pra sempre? – ele pareceu interessado.

  - Você não vai voltar.

  - Sou tão feio assim pra você querer tanto não me ver nunca mais?

  - É muito feio. – ela prendeu o riso. Na verdade, ele lhe parecia até bonitinho, mas não admitiria isso pra um estranho.

  - Como quiser, senhorita. – fez uma pequena reverência. – Tchau para sempre!

  E entrou na caixa azul. Analu fechou os olhos, sabendo que quando os abrisse novamente, estaria em sua cama e triste por saber que era apenas um sonho.

  - Diga ao Peter Pan que não vou limpar a casa dele mais. – disse antes de novamente abrir os olhos e... E não estar acordando em sua cama! Era um sonho difícil de acordar.

  - Pois, não digo! É um menino muito chato! – o homem voltara a sair da caixa.

  - Você disse tchau para sempre e ainda está aqui!

  - Foi você quem voltou a conversar! – ele cruzou os braços.

  - Você é muito carente!

  - E você é muito reclamona! Nem mesmo agradeceu porque te salvei de um cão raivoso!

  - Obrigada. – e fechou a janela, emburrada. Viu-o ir embora mais uma vez, quando deu-se conta do que ele havia falado. Abriu novamente a janela. – Como você sabe que ele é chato?

  - Eu o conheço o suficiente.

  - Mentiroso.

  - Tão chato quanto você.

  - Chato é você! – ela cruzou os braços, pronta para revidar ainda mais. Entretanto, ouviu um rosnado atrás de si e viu um cão de metal raivoso.

  Jogou-se em sua cama e conseguiu desviar do primeiro ataque. Ele corria de forma bastante eficiente para um cão com patinhas tão curtas, mas Analu tinha o coração de uma aventureira e a adrenalina a fazia corre rápido. Rolara da cama e desviara de outro ataque. Mas seu quarto não era tão grande e não podia levá-lo para o resto da casa, pondo a avó em perigo.

  Para seu alívio, logo o homem estava pendurado na sua janela terminando de partir as últimas finas grades de proteção que sempre a incomodaram.

  - Ei, totó! – apontara-lhe a caneta e uma luz azul saíra dela, derrubando o cão logo em seguida. – Eu devia ter tido uma pontaria melhor da primeira vez. Peço que me desculpe por isso. Acho que você pode inventar uma boa desculpa quanto a grade, não pode? – ela assentiu. - Agora vou embora mesmo.

  - Obrigada.

  - Não foi nada. – ele bagunçou-lhe os cabelos e voltou a sair com o animal metálico. – Eu darei o recado.

  - Não se esqueça. – Analu colocou as mãos na cintura.

  - Pensando bem, creio que vou me esquecer. – brincou.

  - Ele também esqueceu. – ela olhou tristemente para seus pezinhos descalços.

  - Então, por que você não vê comigo pra lembrá-lo?

  - Para Neverland?! Você sabe como chegar? – seus olhos se iluminaram.

  - Segunda estrela à direita e então...

  - Direto até o amanhecer. – ela saltou de alegria. – E se a gente se perder?

  - Minha nave faz a gente se achar.

  - Uma nave, um cão robô, um narigudo engraçado e uma garotinha indo para Neverland?! É uma história fantástica!

  - Devo concordar. – ele sorriu e estendeu-lhe a mão. – Pronta?

  - Eu não deveria ir com um estranho. Além do mais, minha avó pode acordar.

  - Quando você ia com o Peter Pan você voltava sempre na mesma hora, não era? Pois então, também posso fazer isso. Além disso, estamos em um sonho e em sonhos...

  - Tudo pode acontecer.

  - Exatamente. E então, o que me diz?

  - Estou pronta. – tomou-lhe a mão.


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Escreva sobre o que Viu


 


  Eu adormecera e não mais estava em minha forma física habitual. Tal fato costumava acontecer, mas dificilmente eu me sentia tão confortável em um corpo que supostamente não era meu. Eu aparentava uma moça de singela beleza e alegria cativante no olhar. Eu sentia sua pulsação, sua corrente sanguínea, sua respiração, eu sentia o funcionamento de seu organismo. Mas não apenas isso, eu tinha acesso às suas tristes memórias, a suas lembranças, sofrimentos, pessoas queridas, eu podia sentir e compreender todas as suas sensações e sentimentos. E, principalmente, a sua saudade.
  Desejava confortá-la e torná-la por dentro tão alegre quanto seus olhos expressavam. Era possível concluir que seu olhar não mentia, mas a sua tristeza interior ainda era muito significante. Mas, afinal, como eu poderia curá-la, se eu só estava intrusamente invadindo o seu ser?
  E então, parte de sua história começou a se suceder naquele presente. Dois homens de aparência séria e coração bom se aproximaram, e logo a moça se aproximou deles e iniciou um colóquio. E então, tive a certeza de que a amizade que eles lhe forneceriam seria suficiente para curá-la, para salvá-la. E meu espírito, se aquietou.
  Quando abri os olhos novamente, estava em um ambiente rústico, de um período colonial, o que significava que eu não havia despertado completamente. Ergui-me em minhas vestes leves e claras e caminhei até o espelho, onde vi o reflexo da bela moça.
  - Viste? – ela perguntou em voz doce e maternal.
  - Sim. Desculpe-me se fui invasiva. – respondi.
  - Fizeste e viste o que deveria. Eu preciso que você utilize isso agora.
  - Como poderia?
  - Escreva para o mundo.
  - Nem todos lerão. – meus ombros penderam, sentindo que eu não seria suficiente para ela.
  - Aqueles que necessitam o farão.
  Ela depositou sua mão no espelho, e eu fiz o mesmo, sentindo seu toque. E aquele pequeno choque de afeto, despertou o meu ser.


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Resenhas de The Imitation Game e Big Eyes





  Escolhi dois filmes de minha preferência pessoal dos indicados ao Oscar 2015 e/ou ao Golden Globe para assistir e falar sobre. A cerimônia do Oscar vai ao ar no dia 22 de fevereiro, e confesso não estar muito animada para assistir, já que ultimamente as premiações andam bem previsíveis. De qualquer forma, vamos começar.

The Imitation Game


Untitled
 
  Assim que soube da produção desse filme, fiquei bastante entusiasmada, não só pela participação de Benedict Cumberbatch e de Keira Knightley como pela história e sua devida colocação temporal. A Segunda Guerra Mundial é um período drástico, mas que chama a atenção das pessoas.
  O filme conta um pouco da vida de Alan Turing, um homem com pouca sociabilidade mas com uma enorme inteligência (e certa arrogância). Ele e um grupo de outros estudiosos (e estudiosa, no casso de Joan) são responsáveis por desvendar os códigos e mensagens trocadas entre os nazistas, para assim poderem evitar ataques surpresa etc. Entretanto, Allan percebe que desvendar esse código que muda diariamente seria impossível se não desenvolvessem uma máquina - que mais tarde seria considerada um modelo inicial para os computadores. Além disso, Alan também tem seus dramas pessoais, e esconde o fato de ser homossexual, já que na época  tal fato era considerado crime.
  É uma outra face da guerra. O telespectador não verá bombas, explosões ou holocausto, mas sim como a parte da "inteligência" dos opositores nazistas agia. A pressão que tinham sobre si, os segredos que guardariam e o reconhecimento que nunca teriam em vida. Também faz refletir a crueldade dos tratamentos químicos com os homossexuais e o quão degradante isso era.
  Benedict Cumberbatch fez uma excelente atuação, como sempre. Mas acredito que essa, infelizmente, não é sua vez nas premiações. Espero que em seus próximos trabalhos, os produtores lhe deem personagens diferentes dos quais está habituado - super inteligentes, antissociais e prepotentes. São personagens que rendem prêmios, mas além disso, um desafio em forma de personagem gera até mais do que isso.
  Um comentário final sobre o filme seria sobre as reflexões que ele deixa. Despertou-me tristezas e incompreensões dignas de um drama. Mas além disso, aflorou dúvidas as quais não quero que sejam respondidas, mas solucionadas. Para que assim, todos possam receber a valorização que merecem.


Big Eyes



👀BIG EYES👀.    ❤❤
 
  Por ser um filme de Tim Burton, a fuga do gênero meio macabro me surpreendeu e satisfez. Fala sobre a vida da pintora Margaret, que se separa e sai de casa com a filha pequena, o que ainda era considerado absurdo na época. Ela tenta continuar levando a vida com suas pinturas características por sempre retratarem crianças muito parecidas com sua filha e com grandes olhos. Ela conhece um pintor chamado Keane e se casa com ele. Mas, gradativamente, ele vai mostrando quem realmente é e começa a alegar que as pinturas da esposa são, na verdade, suas. Com o passar dos anos, Keane fica cada vez mais rico, e Margaret cada vez mais isolada, triste e afastada de sua querida filha.
  Amy Adams atuou incrivelmente bem nesse filme, não tenho do que reclamar quanto a ela. A trilha sonora com a presença de Lana Del Rey foi extremamente adequada à temática. Os figurinos são ótimos, e a climatização foi muito propícia até mesmo para o expressar dos sentimentos dos personagens. A única coisa que deixou a desejar foi as alucinações que Margaret começa a desenvolver devido à sua tristeza e isolação. Ela começa a ver grandes olhos em pessoas aleatórias, mas são poucas as cenas, e eu confesso que esperava por mais.
  Ainda assim, é um filme cheio de emoções, você sente raiva de Keane e a alegria das conquistas de Margaret.

Então você entende

 
 
 

Há muito tempo, nós não nos falávamos mais, porém ela me procurou no início daquela noite chuvosa. Ela sabia que eu estaria lá. Eu sempre fora previsível para Ísis.

  Verdade seja dita, eu não queria vê-la. Não desejava encarar seus olhos nublados e invasivos, que reviravam minha alma com facilidade. Não queria perceber pela milésima vez que enquanto ela conhecia tudo sobre mim eu não desvendava nem ao menos um de seus gestos.

  Virei as costas e observei o mar revolto, na esperança de que ela partisse. Mas ela fez justamente o oposto, e se aproximou. Não resisti e voltei a olhá-la. Seu cabelo estava molhado devido a chuva e seu rosto iluminados pela lua. Ísis estava mais velha e havia olheiras sob seus olhos. Seu olhar nunca esteve mais experiente, como se tivesse vivido por séculos. Tinha mantido os gestos tristes, por mais que ela pudesse demonstrar grande alegria pelo mais breve dos sorrisos.

  - Por que se esconde? – Ísis perguntou em tom habitual, fazendo com que eu me esforça-se a fazer uma leitura labial para poder compreendê-la diante do barulho da chuva. – Por que se esconde de mim?

  Seu vestido encharcado escorregou por seu corpo com a ajuda de seus dedos. A nudez não representava para nós nenhum tipo de sensualidade, mas a entrega, a não necessidade de pudores.

  - Não faça isso. Não desta vez. – eu disse. – Vai adoecer.

  - Você também não está com as vestes que lhe cobrem o peito. – ela chegou mais perto e encarou-me sem hesitação. – Sejamos verdadeiros.

  - Como fala de verdade se foi embora alegando que não podemos ficar juntos porque o mundo não permite? – tentei controlar a minha voz e meus sentimentos.

  - Um dia você entenderá por si mesmo. – a chuva despencava e banhava o rosto dela, não me permitindo identificar o que eram lágrimas e o que eram gotas de chuva. – Rezo para que me perdoe.

  - Você costumava contar a todos a história da Medusa. Uma moça linda de longos cabelos – enrosquei meus dedos em suas madeixas escuras. - que foi transformada em uma criatura que tornava aqueles que olhavam em seus olhos em pedra. – dei um passo para trás e retirei minha mão de seus cabelos. – Transformou-me em pedra e partiu-me em pedaços quando foi embora, Medusa.

  - Tenho uma missão a cumprir. – ela desviou os olhos com a firmeza que lhe era pertencente.

  - O que foi? Você é boa demais para mim? É isso o que todos dizem. Quer levar uma vida cheia de amor. Quer ser uma médica sem fronteiras, amar a todos.

  Instantaneamente percebi quanto rancor e infantilidade havia em minha voz. Ela era, de fato, boa demais para mim.

  - Se viesse comigo, poderíamos ajudar todas essas pessoas juntos. – ela tentou sorrir, mas minha ofensa parecia ter lhe atingido.

  - Não sou médico. Fui justamente treinado para manter a fome e a doença naqueles que você vai salvar. – pensei em meu emprego ingrato de alto escalão dentro de uma farmacêutica, que além de não fornecer os efeitos prometidos em seus medicamentos, ainda ocultava muitas curas para doenças terminais e implantava toxinas no ambiente de alguns lugares para que as pessoas adoecessem. – O melhor que fez foi me deixar para trás.

  - Então você entende. O mundo nos separa.
 
  Ela me olhou uma última vez e, sob a chuva, partiu.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Love Never Dies


I loved you, I'd have followed any where you led. ♥



  Love Never Dies é um espetáculo feito pelo grande Andrew Lloyd Webber e alguns contribuintes. Eu assisti à versão australiana feita para DVD com Anna O'Byrne, que tem uma voz muito boa, e Ben Lewis, que não é um Phantom ruim mas que não me trouxe toda a aura que ele possui.
 
  A história seria uma continuação para The Phantom Of The Opera, o que nem mesmo Gaston Leroux fez (o que é muito pretencioso). Passa-se dez anos após os incidentes do último espetáculo. Christine tem um filho com Raoul, que agora é um previsível alcoólatra, e por algum motivo a família vai para Coney Island. Lá eles são convidados a visitar um parque curioso que conta, inclusive, com um Freak Show, que pertence a ninguém menos do que o Phantom. Lá eles também encontram Madame e Meg Giry e tudo parece muito bem até algumas verdades virem à tona. Christine é uma mãe tão boa que a comparo com Mary Darling, e a soprano nunca esteve com o gênio tão forte agora que ela não tem nenhum tipo de temor quanto ao Phantom. Conta também com cenários maravilhosos, e dos figurinos então nem se fala!
 
  Entretanto, Love Never Dies não são mil maravilhas. Antes mesmo de ser apresentado pela primeira vez recebeu críticas duras dos próprios fãs desconfiados da continuação. E depois dos críticos por ser apenas um sopro do que The Phantom Of The Opera é. Minhas opiniões a respeito também são negativas em muitos aspectos. Só para começar, o fato de o Phantom ter um Freak Show é hipocrisia pura e algo impensável. Para quem não sabe, ele fugiu de um deles, onde era humilhado diariamente, para a Opera. E depois que ele sai da Opera, voltar para um lugar desses, e, pior, ser dono de um Freak Show é absurdo! Essa versão australiana corta a parte dos autômatos, que é referente até mesmo à principal capa de divulgação de Love Never Dies! E ainda veste a Christine de pavão macho - sim, porque o pavão azul bonito é sempre o macho -, animal que não me parece ter nada a ver com a personagem. Também tenho muitas outras coisas a falar, mas seria spoiler, então vou poupá-los.
 
  Eu não achei a versão inteira com Sierra Boggess e Ramin Karimloo para assistir, mas busquei por alguns dos trechos e me pergunto por que não gravaram o DVD com eles. Esses dois têm uma interação incrível, e suas vozes individualmente são maravilhosas, mas juntas parecem perfeitas! É como se tivessem nascido para cantarem juntos.
 
 
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  A trilha sonora continua sendo incrível. Se quer uma degustação ouça Once Upon Another Time, Till I Hear You Sing, Love Never Dies (só a letra é de fazer chorar) e Beneath a Moonless Sky. Esta última é minha favorita, e assim que escutei fiquei espantada porque eu a cantarolava antes mesmo de ouvi-la pela primeira vez. Gosto também de associar as músicas desse espetáculo ao outro, e nisso Andrew não falhou.
 
  A maioria dos fãs de The Phantom Of The Opera gosta de fingir que Love Never Dies nunca aconteceu (principalmente por causa do final, além dos outros furos na história). Se você gosta do final da história anterior, não assista Love Never Dies. E se você assistir, veja TPOTO de novo e finja que LND é uma história completamente diferente.
 
  Eu não posso dizer que me arrependo de assistir Love Never Dies, porque a trilha sonora é incrível, ver o Phantom e a Christine de novo é revigorante, Sierra e Ramin interpretando e cantando juntos novamente é maravilhoso e há cenas de tirar o fôlego. Então, na minha mente, tudo que me desagradou imaginei como uma fanfic boba, e anexei tudo o que gostei e tomei como real.

Um Espaço para Peter Pan



 
 
  Wendy era só uma menina que contava histórias fantásticas quando Peter Pan veio buscá-la. E agora, mesmo depois de mais de quinze anos, ela continuava sendo a mesma menina que contava histórias fantásticas. Mas Peter não voltou para buscá-la novamente.
  Mesmo depois de sua grande luta com Gancho e de sua volta para casa, ele voltou para apanhá-la na primavera seguinte para fazer a limpeza de sua casinha e para se divertirem um pouco. Ele sempre prometia voltar no ano seguinte. Mas no terceiro ano, ele esqueceu. Voltou no quarto. E então, no quinto e sextos anos, também esqueceu-se. E quanto mais o tempo passava mais ele se esquecia de Wendy, e mais triste a menina ficava.
  Os ano passaram e a vida da menina-moça teve de mudar. Prometeu nunca crescer e cumpriu sua promessa. Mas apenas em sua mente, porque seu corpo cresceu e seu coração também. Desta forma, ela pôde organizar mais suas emoções para que coubesse mais gente no seu coração, para que amasse mais. Em seu coração cabia sua mamãe e papai, seus irmãos, seu novo marido, sua filhinha, e até mesmo os meninos perdidos. Seu coração era tão grande que poderia caber o mundo todo. Mas Wendy tinha certeza que sempre teria um local especial para o menino que não tinha coração por esquecê-la, mas que tinha por fazê-la ter os melhores dias de sua vida. Ela sempre guardaria um lugar para o menino que não crescia. Sempre teria em seu coração espaço para Peter Pan.


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Resenhas de Don Juan de Marco e Em Busca da Terra do Nunca


 


 
Em Busca da Terra Do Nunca

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  Esse filme mais do que cativante, conta a história de J.M. Barrie, autor de Peter Pan e de algumas outras peças. Conta com Johnny Depp e a maravilhosa Kate Winslet no elenco. Fala sobre seu relacionamento com uma família adorável, mas que acabara de passar por uma perda. A forma como as crianças inspiram e despertam a infantilidade em Barrie é muito presente na obra. Mas infelizmente, nem tudo são flores, e ele tem que lidar com seus próprios problemas profissionais e com sua esposa.
  Sou apaixonada por Peter Pan e por tudo que gira em torno desse Universo e sempre me pergunto "por que não vi isso antes?" quando vejo uma excelente produção relacionada. Com esse filme, não foi diferente. Tornou-se um dos meus favoritos imediatamente e o final foi de arrancar-me soluços.



Don Juan de Marco

Don Juan DeMarco - Jeremy Leven (1995)
"There are only four questions of value in life, Don Octavio. What is sacred? Of what is the spirit made? What is worth living for, and what is worth dying for? The answer to each is the same: only love"

  Depois de ver o filme citado anteriormente, busquei por mais filmes do incrível Johnny Depp e encontrei Don Juan de Marco, que também conta com a atuação de Marlon Brando. A enredo é basicamente sobre um homem que se intitula Don Juan e que vai parar em uma clínica psiquiatra. Ele conta suas histórias e conquistas para o psiquiatra para tentar convencê-lo de que está falando a verdade. É um filme que me prendeu a atenção e ainda me tirou umas risadas. E no final ainda se tem direito a uma pergunta intrigante: quem está falando a verdade?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Metas de Leitura para 2015


books | via Tumblr



  Tentei escolher alguns dos livros que eu já tenho e sei que posso ler esse ano. Outros, eu quero ler há muito tempo e por não terem sido metas nos anos anteriores, não tiveram prioridade. Escolhi doze livros porque ano passado eu escolhi treze e só consegui ler a metade, também porque doze é número razoável e porque a maioria dos canais literários costumam usar esse número nas metas. A metade é de livros de sagas e a outra metade é de livros independentes.

1- A Fúria dos Reis (Em Andamento)
2- A Tormenta das Espadas
3- O Festim dos Corvos
4- O Prisioneiro da Árvore
5- O Gamo-Rei
6- A Grande Rainha
7- Francisco de Assis (Em Andamento)
8- As Memórias de Sherlock Holmes (Lido; Começando o Ano Bem Sucedida)
9- O Príncipe (Vamos colocar este Abandonado em Andamento)
10- Os Miseráveis
11- Orgulho e Preconceito
12- O Corcunda de Notre Dame

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Challenge Fanfic Obsession #016




  O Fanfic Obsession lançou mais um challenge sensacional! O tema dessa vez é "Contos de Fadas" e eu garanto que vou participar. Não lembro bem se da última vez que eu citei esse challenge por aqui eu expliquei como funciona, mas por via das dúvidas vou resumir. Você tem uma série de itens a cumprir para ganhar uma boa pontuação e deve inserir objetos pré-determinados. É claro que sua ortografia e criatividade também vão ser avaliados, e ainda há frases bônus para aumentar a sua pontuação. Nos últimos challenges as meninas do site ainda têm tido o carinho de mandar agradinhos pra vencedora! Os itens dessa edição são todos baseados nas animações da Disney e está tudo muito lindo. Assim que minha história sair no site, eu aviso por aqui. Olhe os regulamentos no site e participe também! ;)

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Anjo da Música



 

 
  Tudo havia mudado. Christine costumava cantar de forma quase angelical quando era uma criança, mas depois que seu pai se fora, ela perdera tudo. Perdera sua inspiração, sua companhia, seus sonhos, sua voz.

  Mas, há não muito tempo, seu pai cumprira sua promessa e lhe enviara o anjo com o qual ela tanto sonhava. Christine Daaé fora visitada pelo Anjo da Música.


  Ela nunca o vira, mas sempre ouvia sua voz magnífica e nunca se sentira mais grata, e, ao mesmo tempo, amedrontada. Ela não entendia porque tinha medo se ele a auxiliava tanto. O fato de nunca vê-lo a perturbava um pouco e às vezes se perguntava se não era sua imaginação. Porém, quando ela ouvia sua voz era tão real que todas as suas dúvidas esmoreciam. Seu corpo tremia, em um manifesto de alma. Christine era, afinal, como Little Lotte, e o ápice de seu dia era quando dormia e o Anjo da Música cantava para ela. Quando em sonhos ele vinha, onde ela avistava sua silhueta e nada mais.

  Suas noites tornaram-se esplendorosas pela presença do Anjo da Música. Ela almejava ser a própria Noite para que ele sempre estivesse por perto. Christine necessitava ouvir a voz dele chamando-a, falando seu nome. Era apenas assim que toda a sua solidão e tristeza se esvaíam, apenas com ele.

  Quando ela cantava com ele, para ele, por ele, era como se não se reconhecesse, era como se ele a possuísse completamente. E, ao menos no início, assim ela se sentia preenchida. Enquanto cantava, ouvia a voz dele em sua mente, apoiando-a e ajudando-a em um dueto secreto. Fechava seus olhos e deixava a voz escapar, porque enquanto ela cantasse, ele estaria ali: inspirando e guiando o coração dela. E, por ele, cantaria para sempre.

2015 Reading Challenge

 

  A qualidade da imagem não é das melhores, mas o desafio é ótimo. Vi no blog da Synesthesia e não resisti, tive que aceitar. Anotei todos eles em um caderno para ir cumprindo os tópicos durante o ano. É claro, que alguns livros vão dar conta de mais de um tópico de uma vez, mas há outros que são bem mais difíceis de encontrar. De qualquer forma, motivação! Aproveite que o ano está começando e expanda suas leituras. :)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Hábito Mesal: Janeiro de 2015



- Fim do #100HappyDays

  Isso não é bem um hábito como podem perceber, mas como eu disse que havia começado, também achei digno dizer quando o terminei. E sim, eu consegui. Como eu disse, com a participação de alguns amigos você se sente motivado e vai até o fim. Confesso que vou sentir até um pouco de saudades, e, de fato, agora eu procuro pelo que me faz feliz diariamente.


- The Sims

  Sou dessas fanáticas que acompanha o desenvolvimento do The Sims desde o primeiro jogo, e nunca estive mais encantada e viciada como agora com The Sims 4, que veio cheio de possibilidades e com mais realidade do que nunca.


- Controle de tempo e produtividade

  Nas férias, tendemos a apenas relaxar (ou achar que estamos fazendo isso) e deixar o tempo passar. E assim acabamos por não fazer absolutamente nada. Por isso, resolvi analisar como gasto meu tempo livre, reservando certo tempo para ler, jogar, postar, escrever, ver filmes e séries etc. Assim, eu me divirto equilibradamente e sinto que aproveitei mais meu tempo livre.


- Colagens

  Como andei jogando umas revistas fora, resolvi salvar as imagens que eu mais gostava para personalizar cadernos cujas capas eu não gostava. Você provavelmente já viu uma colagem feita pelo photoshop, mas dificilmente deve ter feito uma a mão. É um entretenimento e tanto fazê-la. Mas lembre de passar um plástico colante em cima para evitar que estrague.


- Fangirling Sierra Boggess

   Em alguns outros posts eu já falei dela e sim ela vai aparecer em muitos outros. Isso porque ela é uma cantora incrível, uma bailarina adorável, uma atriz esplêndida e uma pessoa inspiradora. Se nunca ouviu falar nessa inacreditável artista da Broadway, experimente buscar uns vídeos dela no Youtube e se surpreenda.


- Post Its

  Já faz um tempo que eles estão na moda. Mesmo assim, eu só achava uma gracinha mas nunca comprava para mim. Depois do primeiro pacotinho de post its marcadores para livro, só penso em comprar post its, colecionar e colorir a minha vida com eles.

Blue Moon

 

 



  O rio parecia deslocado. Era como se não mais pertencesse àquele lugar, àquela cidade, onde as pessoas o transformavam no que bem queriam, rejeitando sua real natureza. Ainda assim, o homem suspirou. O problema não era o rio. O problema era a solidão.
 
  Os anos se passavam e o rio passara de beleza, para incômodo, para enfim parar na invisibilidade da solidão. Ora, mas se até a natureza poderia ser solitária, por que não ele?

  Parece injustificável que um músico tão adorado, o próprio Rei do Rock, sinta-se solitário. Mas, verdade seja dita, toda solidão é justificável porque ela esta na mente e no ânimo de cada um. Elvis Presley perdera sua mãe fazia dois anos, e poderiam ser dois meses, pois a dor permanecia sempre que lhe lembrava do rosto, dos gestos. Ele não era o mesmo.
 
  Encontrava-se no final de abril, pouco mais de um mês depois de ter retornado de seu serviço no Exército na Europa. Estava de volta à Memphis e tudo parecia um mês de janeiro cheio de recordações e possibilidades. Sob a luz da lua cheia tão cândida e do céu enevoado, ainda que azul, ele sentia se energizar aos poucos. Desejou estar em um lugar mais digno para apreciar o céu e o próprio rio Mississipi, talvez anos e anos antes de descobrirem aquele local. Mas não queria estar sozinho.

  Olhou para A Lua Azul, a segunda lua cheia do mês. Era um fenômeno pouco comum durante o ano e era incrivelmente fascinante, possuía uma aura carregada de magia, quase como se pudesse falar em um idioma muito superior.

  “Lua azul, você me vê aqui sozinho sem ao menos um sonho neste coração, sem um amor para chamar de meu.”

  Ele conversava com ela em seus pensamentos. Era profundo e sem galanteios exagerados, era a verdade em si.

  “Lua azul, você sabe melhor do que ninguém porque estou aqui... Você pode me ouvir rezar por alguém que eu realmente me importe.”

  Com seu coração preenchido de dores e saudades, tudo o que conseguiu imaginar para se curar era um amor que tomasse o devido espaço, que o divertisse e inspirasse. E para quem ele pediria isso além da Lua? Para quem além da Lua Azul?

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