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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Livros Lidos em 2019


  É certo que ainda falta um dia para o ano acabar mas já adianto o post dos livros lidos em 2019 uma vez que certamente não irei ler muito mais no dia de hoje. Este foi um ano particularmente expressivo em leituras principalmente após à bienal, subindo consideravelmente principalmente nos últimos meses do ano, quem diria. Fiquei bastante animada também por ter aumentado minhas leituras comparativamente ao ano passado e tenho a pretensão de ler ainda mais no ano seguinte, uma vez que sinto que retomei minha paixão literária!
  Vamos então aos livros lidos em 2019 estando marcado em negrito os mais surpreendentes e queridos do ano.
  1. A Gênese - Allan Kardec
  2. Triste Fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto
  3. Quando Fui Outro - Fernando Pessoa
  4. O Menino Que Descobriu o Vento - William Kamkwamba
  5. A América Latina: Males de Origem - Bomfim
  6. O Jeito Harvard de Ser Feliz - Shawn Achor
  7. Essencialismo - Greg McKeown
  8. Oito Visões da América Latina - Novaes (Org.)
  9. O Noviço - Martins Pena
  10. O Milagre da Manhã - Hal Elrod
  11. O Capitalismo Industrial e as Multinacionais Brasileiras - Sposito e Santos
  12. Ensinando a Transgredir - bel hooks
  13. O Diário de Anne Frank - Anne Frank
  14. As Alegrias da Maternidade - Buchi Emecheta
  15. Viver para Contar - Gabriel Garcia Marquez
  16. Mulheres, Raça e Classe - Angela Davis
  17. A Natureza da Globalização e a Globalização da Natureza - Porto-Gonçalves
  18. Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley
  19. Fahrenheint 451 - Ray Bradbury
  20. Brasileiro, Sim Senhor - João Carlos Agostini
  21. O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
  22. Love is: Ilustrações sobre o Amor - Puuung
  23. A Natureza do Espaço - Milton Santos
  24. O Mundo de Sofia - Jostein Gaarder
  25. Brasil: Uma Nova Potência Regional na Economia-Mundo - Becker e Egler
  26. Brasil Potência - Raul Zibechi
  27. O Conto da Aia - Margaret Atwood
  28. Do Rio de Janeiro e seus Personagens - Clarice Lispector

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Maratona Literária de Verão 2020 #MLV2020 #MLVMística

A qual classe mística você pertence?

  E é de boas Maratonas Literárias que se fazem as férias do leitor, meus caros! Dessa vez embarcamos na clássica MLV que veio nesta edição com a mais perfeita das temáticas o misticismo. Não poderia se encaixar melhor para mim! Para saber melhor, não deixe de assistir o vídeo do Geek Freak e pegar todos os detalhes e links na descrição.

  Em resumo, a maratona será nos dias 11 a 25 de janeiro e para incrementar a temática, os "corredores" estarão divididos em três times para diferentes experiências literárias baseadas em um teste também disponível no link acima. Os grupos são Ametrine, Jaspe e Lazuli, sendo este último o grupo a qual pertenço. A partir disso, sorteia-se os desafios de leitura, sendo todos baseados nos arcanos maiores do tarô. O mais incrível é que os desafios realmente são inspirados nos significados das cartas, francamente!! Além disso, como sempre os designs estão muito bonitos e deixo alguns deles por aqui para que vocês tenham ideia da dimensão dessa maratona.

  E enfim, vamos à TBR! Escolhi cinco livros baseados nas categorias e vamos ver como vai ser o desempenho das leituras!





14 Temperança - Um livro de fantasia ou com elementos mágicos;

Sigo alegremente com a leitura de As Brumas de Avalon, dessa vez já a partir do segundo livro que está contido no volume único. No entanto, sem pressa de terminar, porque sou apegada.


16 A Torre - Leitura livre! Pode escolher qualquer livro

Creio que terminar a leitura de O Desenvolvimento Desigual pode ser uma boa pra tirar da minha lista logo de uma vez.

19 O Sol - Um livro que todos falam bem;

E é depois de terminar um livro de crônicas vou então ao Todos os Contos de Clarice Lispector. Não tenho a pretensão de finalizá-lo ainda na maratona ou memso em janeiro, mas creio que pode ser uma leitura prazerosa e que se encaixa na categoria por ter tido grande hype em seu lançamento. Além disso, ainda se encaixa na leitura de Janeiro do Desafio Volta ao Mundo em 12 Livros!

20 O Julgamento - Um livro de um gênero que você leu pouco, mas se interessou por mais;

Para Ler Como Um Escritor é um livro que eu tenho vontade de ler há anos e cujo gênero de não ficção (não acadêmico) não tenho o costume de ler, mas muito me interessa.


21 O Mundo - Um livro que era pra ter lido em 2019, mas não deu tempo.

Trago então novamente o enorme livro de Pablo Neruda, o querido Canto Geral para que possamos dar andamento neste calhamaço de poesia.








  Bem, algumas categorias foram mais difíceis de preencher do que outros, e não sei se todas as escolhas foram sábias... Vou ver até que ponto é possível ler mais "um de cada vez" oua o menos doi ou três e não todos juntos!

  Desejo a todos uma boa maratona e nos vemos por aí!


quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Conclusão da Maratona Literária do Desespero

  A Maratona Literária do Desespero foi nada mais nada menos que uma das melhores maratonas das quais participei. A proposta do grupo do Telegram foi uma das principais responsáveis por isso, uma vez que as interações, os sprints em conjunto, e toda confraternização pela leitura foi extremamente motivadora. É exatamente por isso que, apesar das minhas  humildes pretensões para os desafios eu consegui ultrapassar muito as minhas próprias expectativas! Vamos dar uma olhada então nos resultados.

Um livro que você comprou no início do ano e ainda não leu e Um clássico que você quer ler antes de terminar o ano:
O Mundo de Sofia.
Livro surpreendente que já tem até resenha aqui no blog!

Do Rio de Janeiro e seus Personagens.
Livro de Clarice Lispector, esse se encaixa apenas na segunda categoria uma vez que ele é emprestado. Foi o livro que encerrou minha maratona com chave de ouro. Suas crônicas são fascinantes e dignas de muita identificação, mas também de afastamento (uma vez que sou suburbana e tudo se passa na Zona Sul da cidade). Mas uma experiência de leitura muito envolvente e cativante.

Um livro que você sempre diz que vai ler e nunca lê;

A Natureza do Espaço.
Livro extremamente útil e fundamental pára um geógrafo, sinto que o li no momento certo. Riquíssimo em conteúdo, ainda estudo suas anotações.

O Conto da Aia
Esta obra de Margaret Atwood está na minha vontade de livros pra ler desde a bienal retrasada! Quatro anos!! E, bem, está muito bem lido. No entanto, não tive nem se quer coragem de fazer uma resenha, uma vez que o livro é pesado e cheio de reflexões, talvez mereça uma releitura para tal. Foi um dos livros mais lidos pelo pessoal da maratona e acabei tendo que inserir na minha TBR também. Esta foi uma das minhas escolhas mais inteligentes, pois esta foi uma das melhores leituras do ano!


Café, Livro, Flores, Configuração, Romântico, Rústico

Um livro que te indicaram e Um livro nacional que está na sua lista de livros para serem lidos;

Brasil: Uma Nova Potência Regional na Economia-Mundo
Leitura essencial e muito proveitosa assim como o esperado!

Brasil Potência - Raul Zibechi
Seguindo a linha do livro anterior para me ajudar na minha (aprovada) monografia, li também este livro que entra também das duas categorias. Um livro que você começou e não terminou.
Canto Geral
Bem, este foi o único livro da TBR que não consegui terminar de ler, o que não me surpreendeu. Ora, livro de poesia se lê aos poucos, e esse tem quase 600 páginas de poesia bruta(l)! Cheguei quase na metade e continuamos em seu projeto de leitura.


Começados e Não Terminados

O Desenvolvimento Desigual
Livro de Neil Smith, esse tem uma pegada mais lenta devido à linguagem acadêmica mais densa. Pretendo terminar no mês que vem.

As Brumas de Avalon
Esse comecei porque simplesmente não aguentei esperar nem mais um dia de espera depois que comprei. Apesar de já ter lido o primeiro (e este ter vindo em volume único), leio como se fosse água em extrema nostalgia e empolgação. Em breve, trarei um diário de leitura sobre ele, talvez até em duas partes.

Graças à maratona fui capaz de ler mais livros em um mês do que a soma dos livros livros do primeiro semestre (que foi bem caidinho pra leitura), e isso me deu um fôlego de potencial inacreditável. Isto fez com que eu projetasse metas de leitura para o próximo ano, coisa que não faço há anos! Sinto realmente que me reencontrei com a leitura e estou muitíssimo feliz. Extremamente grata por essa maratona e pronta para a próxima!



terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Desafio Literário Liberdade Literária 2020 - Volta Ao Mundo em 12 Livros


  No grupo da Maratona Literária do Desespero, uma das colegas divulgou o grupo do Telegram Desafio Literário da Liberdade Literária. Empolgada que estava com os grupos literários, adentrei e me empolguei na hora vendo o desafio do ano que era uma volta ao mundo. Ora, é meu jeito de viajar desde que comecei a ler e é uma proposta incrível para conhecer novos autores de diversos lugares, saindo um pouco do eixo britânico e norte-americano. Proposta perfeita, convenhamos.

  Deixo aqui então os livros que escolhi e o porquê de cado um, e então reservo para o final do ano que vem pequenos comentários sobre cada um deles!

Janeiro: Brasil (Deixo em Aberto)

  Escolherei provavelmente um das listas de leituras obrigatórias para o mestrado e preciso de um gás para isso. Deixo ainda em aberto porque a inspiração vai me guiar!

Fevereiro: Colômbia (Crônica de uma Morte Anunciada - Gabriel Garcia Marquez)

  Pense em um autor que eu gosto muito: Gabo. E é pra ontem que quero ler este livro em específico.

Março: México (Hegemonia, emancipaciones y politicas de seguridad en america latina - Ana Esther Ceceña)

  Um livro que muito me foi útil para a monografia, mas que merece ser lido por completo.

Abril: Canadá (A Odisseia de Penélope - Margaret Atwood)

  Atwood é uma autora que merece ser conhecida além de O Conto da Aia, e a ideia de uma Odisseia contada pelo ponto de vista de Penélope me parece perfeita.


Maio: Noruega (O Dia do Curinga - Jostein Gaarder)

  Li recentemente O Mundo de Sofia e achei que o enredo tramado pelo autor é no mínimo intrigante, deixando-me curiosa com outras obras.

Junho: Portugal (O Evangelho segundo Jesus Cristo - José Saramago)

  O Ensaio sobre a Cegueira é um livro perturbadoramente necessário e me pergunto se outras obras de Saramago seguem a mesma linha.

Julho: Itália (A Divina Comédia - Dante Alighieri)

  Comecei a ler por audiobook uma vez e achei bastante interessante enquanto um clássico da humanidade. Preciso sentar para ler e terminar.

Agosto: Rússia (Crime e Castigo - Dostoievski)

  Esse estava na minha lista de leituras desde o meu ensino médio e acho que esse é o momento para lê-lo.

Setembro: Nigéria (Hibisco Roxo - Chimamanda Ngozi Adichie)

  Pensei em ler algum outro livro de Buchi Emecheta, mas como suas obras estão chegando no Brasil aos poucos, procurei um livro introdutório da Chimamanda para conhecê-la melhor.


Outubro: Irã (O Caçador de Pipas - Khaled Hosseini)


  Pensei em terminar Persépolis, mas imaginei que talvez fosse mais interessante escolher O Caçador de Pipas. O motivo da escolha foi porque é um filme que minha mãe gosta muito, então gostaria de saber mais sobre a história.

Novembro: Japão (Sono - Harumi Murakami)

 Foi um livro bastante comentado no booktube e há muito tempo atrás havia conhecido o autor por Homens Sem Mulheres.

Dezembro: Austrália (O Azarão - Markus Zusak)

Há muito tempo atrás, foi um dos meus autores favoritos e desde então não li mais nada do autor. Resolvi pegar então um dos mais antigos para compreender sua trajetória enquanto escritor.


sábado, 7 de dezembro de 2019

Resenha | O Mundo de Sofia - Jostein Gaarder





  O Mundo de Sofia é um livro sobre o qual ouço falar a anos  entre comunidades de leituras, amigos e professores e nenhum deles jamais me deu um spoiler, ou mesmo uma ideia mais profunda do que se trata. Deparei-me com o livro em estado defeituoso na bienal a uma bagatela e a capa só me revelava que era sobre a história da filosofia. A vendedora logo disse que eu era sortuda por achar o último.

  Cheia de expectativa fui logo eu ler e conheci Sofia, uma menina de 14 anos que começa a receber cartas misteriosas tanto sobre filosofia quanto sobre um representante da ONU que quer que ela entregue cartas para sua filha. A história segue então pelos dois viéses e enquanto um é rapidamente desvendado - não sendo, portanto, um spoiler -, o segundo se arrasta quase até o final com pouquíssimas pistas e com um resultado inesperado sendo respondido logo de uma vez.

  A filosofia, no geral, é muito bem explicadinha, mas pode dar um certo cansaço, pois alguns capítulos são longos. Caso o leitor não esteja acostumado com aquela teoria é possível que ele precise reler em alguns momentos. Não é uma leitura completamente livre de empecilhos afinal.

Resultado de imagem para o mundo de sofia  No entanto, é preciso esclarecer que essa "história da filosofia" é a filosofia dos homens ocidentais. "Ora, mas o autor cita filósofas! Sofia inclusive cobra muito saber sobre elas...". Pra mim me parece uma jogada de autor "para não dizer que não falei", pois Hildegarda de Bingen tem um parágrafo ou dois dedicados a ela, simples menção. E Simone de Beauvoir aparece depois da menção a Sartre, nada maior que uma ou duas páginas. Enquanto isso, outros homens ganham capítulos inteiros, muitos deles até com seus nomes como título. Isso de forma alguma tira a relevância de seus trabalhos, mas invisibiliza as mulheres (mais uma vez). Isso para não falar de autores orientais, filosofias africanas, asiáticas, indígenas... Uma linha foi o que o autor achou suficiente para falar sobre. Não quero ser tão exigente, uma vez que é um livro do início dos anos 90, mas isto já é algo discutido desde à época, então é sim algo a ser considerado.

  Inclusive, é inevitável que o autor se posicione a todo momento na história (assim como seus próprios personagens cof cof), sendo por isso que dedico minhas críticas a ele e não a narrativa em si. Assim, este que é teólogo deixa evidente uma imparcialidade em relação aos estudos apresentados sobre o cristianismo, principalmente na visão católica e com menções consideráveis à protestate. No entanto, no final do livro ele se refere ao "New Age" e todo o "neomisticismo" com grande desrespeito, como se tudo fosse balela "com ressalvas", mas mais uma vez, apenas para dizer que seus personagens não generalizam. Dentro disto, há críticas ao retorno das religiões pagãs e wicca, por exemplo, e do espiritismo. Quanto a este último, o autor só falta acusar de charlatanismo com fenômenos baseados no inconsciente. Pergunto-me se o autor leu alguma das obras de fato, ou se ouviu falar e leu trechos soltos. Não seria muito filosófico. Enquanto isso, em diversos momentos em que se abordou o pensamento cristão católico deixou-se passar como perfeitamente passáveis argumentos que nem os próprios filósofos pretendiam que fossem racionais.

  Quanto aos personagens, Sofia é uma boa protagonista, bastante curiosa, em desenvolvimento, inteligente e interessante. No entanto, parecia se comportar de um jeito bem mais jovem, eu mesma só me lembrava que ela ia fazer 15 anos quando ela dizia. Alberto é tão excêntrico que cansa, imagino como um reflexo que o autor gostaria de incorporar. Hilde acaba aparecendo pouco, difícil dizer. Seu pai é o que melhor se revela sem nem se revelar. Ele e Sofia são as estrelas da história, eu diria.

  Bem, falando desse jeito parece que não gostei do livro. Olha, não é bem assim. Foi excelente aprender e reaprender e ser instigada a repensar tantas coisas. Foi bom ver o mistério finalmente desvendado - ainda que eu tenha ressalvas, acredito que poderia ter sido aprofundado - e achei surpreendentemente inspirador. Além disso, foi uma boa leitura lúdica e apesar de ser um calhamacinho, foi uma leitura muito rápida e agradável. Portanto, sem dúvidas é uma recomendação!


quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Playlists Favoritas de 2019 no Spotify



  Bem, queridos, o ano está acabando e assim logo começamos a pensar nas coisas que nos marcaram. Trago então uma pequena seleção de playlists que fizeram a diferença nesse ano!

2019

Esse ano, ano invés de montar uma playlist de uma música por semana - que não dava muito certo porque acabava me esquecendo -, acabei montando uma playlist com músicas bem aleatórias mas que estavam bastante recorrentes nas playlists que ouvia. O resultado foi essa playlist que certamente tem algo a dizer sobre meu ano.


Euphoria Soundtrack HBO Season 1 (2019)

Como nem só de maquiagem (e elenco, e cenografia, e roteiro, e tudo mais) vive Euphoria, não poderia ter ficado mais apaixonada em uma trilha sonora este ano.

Studyblr

Me rendi secretamene ao lo-fi e chill para estudar e esta é uma ótima playlist para isso.

De Volta pro Repeat

Vira e mexe bate uma nostalgia e é por isso que essa playlist é maravilhosa. A do link é a minha playlist pessoal, caso vocês tenham curiosidade, mas se vocês estiverem curiosos com a personalizada de vocês, certamente vão encontrá-la pesquisando pelo nome da playlist no Spotify!



quarta-feira, 20 de novembro de 2019

TBR da Maratona Literária do Desespero 2019


  A Maratona Literária do Desespero promovida pela Thais Cavalcante do Pronome Interrogativo é tudo o que eu precisava pra engatar ainda mais com a minha retomada de leituras. Ela vai ocorrer entre os dias 25 de novembro e 25 de dezembro e tem o bojetivo de concluir as leituras desejadas para esse ano!
Como ainda, não me restabeleci completamente , continuarei adepta das pequenas trapaças dos desafios e preferi juntar algumas das categorias. Bem, é melhor ser franca e trabalhar na simplicidade que querer falar que vou ler e acontecer e acabar me frustrando não é mesmo? Então vamos à TBR.


Um livro que você comprou no início do ano e ainda não leu e Um clássico que você quer ler antes de terminar o ano;
Bem, como não estou comprando muitos livros desde o início do ano, escolho aqui um livro que comprei no meio do ano na Bienal, e que é considerado um clássico contemporaneo que é O Mundo de Sofia. Esse eu venho querendo ler já faz muito tempo.

Um livro que você sempre diz que vai ler e nunca lê;

A Natureza do Espaço de Milton Santos é um livro extremamente cobrado em concursos, seleções acadêmicas, entre outras, além de muito recomendado. Este é um cuja leitura já iniciei, mas então vamos concluir, não é mesmo?

Um livro que te indicaram e Um livro nacional que está na sua lista de livros para serem lidos;

Um livro que não apenas me indicaram como me emprestaram é Brasil: Uma Nova Potência Regional na Economia-Mundo. Meu orientador me recomendou e usei algumas de suas partes na minha monografia, mas é muito justo que essa obra linda seja lida de forma completa (até pra eu poder devolver até o final do ano, não é mesmo?). Além disso, nada mais nacional que um livro brasileiro sobre Brasil.
Um livro que você começou e não terminou.
Não gosto de colocar livros de poesia em maratonas porque acredito que poesia tem um ritmo próprio para ser lido, mas já tem um tempinho que tenho desejado ler mais deste livro. Então não espero terminar de lê-lo, mas engajar-me no projeto Café com Poesia da Mel Ferraz (Canal Literature-se). Assim, escolho Canto Geral de Pablo Neruda para este desafio.


Bem, então é isso, espero que seja uma experiência proveitosa pra todos!


Resenha | Fahrenheit 451 - Ray Bradbury

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  A verdade é que tenho dificuldade de resenhar clássicos, uma vez que eles quase alcançam a intangibilidade. Mas isso é um pudor que tomei depois de grande, e que talvez faça sentido eu me desfazer dele, uma vez que como leitora tenho o direito de emitir minha opinião. Então muito ousadamente me proponho a resenhar  Fahrenheit 451 de Ray Bradbury.

  A ideia do queimar livros como sacrilégio permanece até hoje e serviu de inspiração para muitas outras obras artísticas e críticas à contemporaneidade. O valor de Fahrenheit 451 é inestimável, evidentemente. Um ponto chave da genialidade da obra é a inversão das funções com direito a apagamento do passado. Isto é, a função de bombeiro que apaga chamas transmutada em incendiador de livros.

  Outras relações da distopia também são muito atuais mas de outras maneiras: os televisores de três paredes caminharam para a quarta e se tornaram nossos celulares. As conchas no ouvido, os fones. As medicações para relaxar que acabam por nos matar (nosso soma huxleyano diário) continuam aí manifestados não apenas como remédios.

  Quanto aos personagens, estes evidenciam as personalidades e relações com grande força. Inclusive, é possível que haja um pouco de spoiler nesse parágrafo, sinta-se à vontade para pular. Montag é um curioso reprimido, que na minha opinião não é um protagonista interessante suficiente, principalmente com outros personagens mais interessantes como Clarisse. Esta é uma menina que sabe viver de fato, em um mundo onde isto é proibido. Me lembrou muito da Anne with an E, na verdade. Infelizmente, não é uma personagem que nos acompanha até o final do livro e o próprio autor se arrepende disso, modificando isto em suas apresentações teatrais. Mildred é o reflexo do esvaziamento das relações, com os outros e consigo mesma. Faber é um cabeça que por muito tempo ficou inativo e que muito teme ser pego, mas é de relevância central para o enredo. E Beatty é um mistério a medida em que é o superior com acesso a um conhecimento oculto, um agente de si mesmo infiltrado para nada. Ele é uma figura interessantíssima.

  Outra coisa que me chamou atenção foram os prólogos e posfácios do autor do livro que muito parece se misturar à sua história, às vezes. Não o conheço profundamente, nem sua história nem suas outras obras, mas essas partes textuais são uma porta de entrada para sua mente. Na última parte da edição, o autor faz uma crítica às minorias que o criticaram, pedindo alteração em suas obras uma vez que não se viram representadas. Então, ele alega que isto é uma queima simbólica de livros e que as minorias seriam responsáveis por isso. Prefiro crer que foi algo escrito em um ápice de sua afronta, e não algo que ele realmente acreditava, uma vez que é um posicionamento problemático. Não conheço o conteúdo de suas outras obras, mas se o caso foi de falta de representação de, fato, alterar uma obra antiga é estranho ao autor, sendo mais eficiente que se tome mais cuidado com isso em futuros livros. Mas se foi um caso de discriminação, isso é digno de não apenas alteração, como um pedido de desculpas. Ora, as minorias são tão invisibilizadas e mal representadas, e estas sempre se preocuparam em ler e criticar as obras. Não é de seu feitio queimá-las, uma vez que é preciso recordar do que foi feito com estas para fortalecer sua luta. Mas é do feitio sim das classes hegemônicas apagar a história alheia. Esse é mais um caso evidência da dificuldade de se separar arte do artista, mas isso é história para outro momento.

  Talvez por ser o primeiro livro que li em um kindle, senti a leitura muito fluida e rapidinha. É muito bem escrito e super tranquilo de ler. No geral, foi uma leitura que me instigou ainda mais a prosseguir na minha jornada das distopias!



sábado, 16 de novembro de 2019

Como Retomar o Hábito de Leitura sendo Universitário?

Hora Do Chá, Poesia, Café, Leitura, Lazer, Tabela, Copa

  Eu sei, parece não ser uma pergunta com sentido se você não for um universitário. Mas se você é, tenho certeza que sabe do que estou falando. Ora, no Ensino Médio passávamos horas dos nossos dias lendo livros, lendo sobre livros e amando livros. E então de repente entramos na Universidade com um repertório marcante e gradualmente vamos reduzindo nossa quantidade de leitura de livros que nos dão prazer, e lemos apenas textos e mais textos acadêmicos - nem se quer livros acadêmicos inteiros.

 Certamente você já tentou retomar a leitura de vários livros que costumavam te agradar e eles nem se quer te agradam mais. Acontece que você amadureceu no meio do caminho e não sabe nem se quer que ipo de livro você gosta agora. Então embarquemos no resgate de nosso hábito de leitura, porque, amigos, ainda tem jeito!


1. Você precisa de um grupo!


  Tudo bem se seus amigos estão tão perdidos em termos de leitura quanto você. Você pode procurar um clube da leitura na sua cidade, ou mesmo tentar começar um. Assim como se fazem grupos de pesquisa na graduação, também se pode ter grupos por hobby que não somos de ferro.
 Isso é demais? Então talvez você precise de algo mais simples como conversar sobre livros com amigos que não gostam de ler. Tudo bem que parece uma coisa sem nexo, mas se você tiver um amigo que goste muito de conversar sobre qualquer coisa, certamente ele vai gostar de ouvir um a história diferente sobre o que você está lendo. Falar sobre livros nada mais é do que fazer fofoca sobre seus personagens e todo mundo gosta de uma boa fofoca.

2. Que tal um pouco de motivação?


Livros, Biblioteca, Quartos, Escola, Estudo

  Estar em um ambiente cercado de livros pode ser inspirador, portanto experimente ir a uma biblioteca ou a um evento literário. Para se ter uma ideia, quando a época da Bienal se aproxima, eu sempre retomo meu instinto leitor.
  Outra forma de se motivar é seguir mais contas que postam sobre livros no Pinterest ou Instagram, por exemplo, ou mesmo voltar a assistir os booktubers que você costumava gostar - quem sabe o gosto deles não evoluiu, assim como o seu, e assim você pode pegar novas sugestões de leitura - e até mesmo descobrir novos.

3. Estabeleça Pequenas Metas Diárias


  Não me refiro a metas de ler cinquenta livros por ano, ou um livro por dia. Metas simples como ler um capítulo por dia ou ler um pouquinho toda vez que pegar um transporte público, podem funcionar melhor do que você imagina. Conforme você for pegando novamente o gosto pela coisa, você certamente irá ultrapassar essas metas sem nem perceber.

4. Tenha um Diário de Leitura

Livros, Notepad, Caneta, Educação, Notebook, Estudante

  Essa é pra se você não se adaptou à comunidade - ou mesmo se você se adaptou e quer ainda mais empenho. Estou criando esse hábito do diário agora e funciona muito bem para que você extraia o que há de melhor no livro. Pode ser físico ou digital, conforme você se sentir mais confortável. E se der preguiça de escrever sobre, apenas não escreva. Escreva apenas quando tiver vontade de comentar sobre algo surpreendente que você leu, como uma conversa consigo mesmo ou com o autor, ou com o próprio livro.


  Espero que as dicas sejam úteis, porque elas tem me ajudado muito a voltar a aumentar gradualmente minhas leituras e a ter mais alegria, uma vez que ler (e escrever como consequência) sempre foi uma das minhas coisas favoritas da vida. Se você tiver alguma outra sugestão, não deixe de comentar!


quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Diário de Leitura | Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley

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  Tendo em mente que a resenha possui um caráter mais formal, gostaria de deixar aqui registrado um diário de leitura. O intuito disto se dá em colocar pensamentos e associações sobre o livro, como uma conversa comigo mesma. Espero que de alguma forma, converse com vocês também.


01 de Novembro de 2019.


  O Prefácio muito me parece interessante, principalmente nas associações do que é ser Selvagem, da sanidade de espírito que lhe cabe. O autor não aprofunda muito suas concepções sobre, e há até momentos em que eu discorde, mas acabou por me lembrar do arquétipo da Mulher Selvagem, que, de fato, se refere à sanidade de espírito.

  Já no primeiro capítulo, pareceu-me interessante a ideia da Sala de Predestinação Social a medida em que evidência como a ciência utópica/distópica acaba visando aproximar-se dos poderes de criação divina, com exceção de que não há livre arbítrio, apenas ciência, técnica e alucinógenos (alienação). Também é muito intenso como há uma narração cinematográfica a medida em que vão se passando várias cenas simultâneas.

  Outros dois elementos fantásticos para se pensar ainda introdutóriamente é a ideia de "Estado Mundial", que conversa diretamente com o lema planetário de comunidade, identidade e estabilidade, e a medição temporal a partir de Ford - considere ainda que o livro foi escrito em 1931.

  No próximo capítulo, já se fala de um condicionamento "neopavloviano", que corresponderia à "educação" daquela sociedade, e é algo cruel que muito me fez lembrar dos processos vividos pelo Alex em Laranja Mecânica, só que realizados antes de qualquer crime, ainda em estágios muito infantis.


02 de Novembro de 2019.


  Eu definitivamente esperava assuntos como consumismo, mas o tema do machismo naturalizado me surpreendeu em uma utopia pensada nesta época. Outro tema muito abordado neste quarto capítulo é a divisão social em castas, que viria a inspirar praticamente todas as distopias YA contemporâneas.
  No próximo, me dei conta de como os nomes escolhidos (Marx, Engels, "Lenina" quem sabe) são os nomes de figuras da época em que o livro foi escrito.


03 de Novembro de 2019.


  Se mostra muito interessante como o personagem principal da distopia (e, por natureza protagonística, o que pensa diferente de todos), apesar de ter breves anseios de revolução, ainda assim é passível de todos os seus (literais) condicionamentos. Bernard, inclusive, luta contra si mesmo para pensar de forma distinta.


04 de Novembro de 2019.

  É muito interessante como o livro se retrata aos "povos selvagens" não civilizados pelos recursos de difícil extração e valores muito superiores ao que se considera plausível. É bem uma menção à colonização mesmo, dali só se retira, não se contribui (ainda que tais contribuições também sejam igualmente dispensáveis, uma vez que são igualmente perversas).
  Nesse sentido ainda, se formos realmente parar para notar, toda a sociedade retratada no livro é uma sociedade racista com suas ideias de seleção genética, eugenia e divisão social de classe/casta.


05 de Novembro de 2019.


  Chegamos a outro nível narrativo conforme John aparece: o único homem que virá a ser inserido naquela sociedade que foi nascido e não decantado. Mais que isso, ele não foi condicionado. Sendo assim, está puro em suas emoções, não sendo adepto do soma. Tem também muitas questões com pertencimentos, uma vez que os outros povos não o aceitam por ser física e culturalmente diverso (uma vez que a mãe dele era condicionada).


07 de Novembro de 2019.


  Bernard então começa a ter seus "dias de glória", o soma do ego. Este último, inflado pela primeira vez na vida, lhe aproxima mais dos outros membros da sociedade, mostrando o quanto ele é passível à felicidade que aquele grupo tem a oferecer.


  Concluindo a experiência do diário de leitura, gostaria de dizer que foi um método bastante interessante de se pensar um livro, como uma conversa comigo mesma. É uma fórmula muito eficiente para nós que não temos clube de leitura, alguém pra comentar ou não somos blogueiras que tem mil seguidores pra interagir. É um formato mais natural de falar sobre um livro que uma resenha também. O único defeito do método sou eu mesma que esqueço de atualizar sempre que leio. Mas, no geral, pareceu funcionar bem. O que vocês acharam?

  Já sobre o livro, fiquei muito contente de ter lido esse livro agora embora já tivesse o interesse de ler há uns cinco anos atrás, porque minha bagagem de vida é totalmente diferente nesse momento. Achei abordagens muito geográficas que me interessaram e uma leitura muito fluida. Não me impressionou tanto quanto 1964, que é mais cru, mas isso pode também ter sido um efeito da época de leitura. No entanto, Admirável Mundo Novo é um livro que te faz questionar muito, que se esforça em te convencer de que há uma lógica na "civilização" ao mesmo tempo em que mostra sua crueldade. O final é também muito impactante e a mudança e os (resquícios) de humanidade dos personagens são impressionantes. Um clássico é um clássico, recomendação na certa!



quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Resenha | As Alegrias da Maternidade - Buchi Emecheta



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 As Alegrias da Maternidade não é apenas um livro, mas uma experiência.

  Te proponho inicialmente a tirar as lentes ocidentais - e tantas vezes colonizadoras - e se abrir às possibilidades de uma cultura completamente diferente. Obviamente, é uma tarefa difícil, afinal, muitas vezes você vai se ver discordando de determinados pensamentos. Mas, surpreendentemente, ainda mais vezes você vai se ver pensando como os personagens e compreendendo suas ações, sentimentos e ideias.

  O livro fala sobre Nnu Ego, uma mulher respeitada em Ibuza por ser filha do grande chefe Agbadi e de Ona - a história desses dois inclusive é digna de deuses. Ela procura então se casar para realizar seu sonho: ser mãe. Essa questão é desenvolvida no livro em muitas instâncias: a nível de dever, de amor, de perda, de reparação, de esperanças, frustrações, e tantas mais.

  Em certo momento da história, Nnu Ego muda-se então para Lagos, ainda na Nigéria , uma cidade mais urbana e colonizada, onde tudo é diferente de sua realidade agrária, inclusive os homens. Discute-se então a hombridade de seu marido; as mudanças do papel da mulher além da cuidadora, mas também de provedora; as relações escalares do colonial, onde não mais se tem escravos ao pé da letra, mas relações que se equiparam; as consequências do ser mulher em contextos de dificuldade para o ser homem; as diferenças culturais do espaço agrário e do urbano; entre outros temas. Fica evidente assim o quanto o livro é riquíssimo em discussões que são passadas apenas através das vivências dos personagens.

  Outra possibilidade de análise é a relação de Nnu Ego com as outras esposas. Adaku, por exemplo, era ambiciosa,e em tantas partes do livro a detestei. E então percebi que, de certa forma, me identificava com ela. Ela era a esposa que queria mais, mais para si e para suas crianças, não suportava a vida simples de ser a esposa de alguém. Por muitas vezes, se não fosse a rivalidade, ela mostrou que seria uma boa amiga de Nnu Ego. Assim como a esposa mais velha que a aconselha, ou a mais nova, que se sente filha dela. Há uma sororidade potencial que acaba não se desenvolvendo pela importância dada à assuntos familiares.

  Assuntos familiares esses que pautam a identidade dessas pessoas. O filho mais velho assume o protagonismo, e as funções sociais de cada um se mistura com ares de união. Há uma forte relação de responsabilidade um pelo outro.

  Outro ponto de destaque é para a religiosidade e a figura do chi, que aparece como uma divindade que rege o ser e, ao mesmo tempo que se mistura a ele, é uma individualidade. Isto traz à tona a importância da ancestralidade e o quanto há uma proximidade entre o Divino e a própria vida da pessoa.
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  Os momentos finais são também muito importantes para demonstrar a evolução do filtro do olhar do leitor, uma vez que julgamos mais uma vez aqueles personagens, mas sob uma nova perspectiva: a perspectiva de quem viu todas as suas vidas e agora os compreende.

  As Alegrias da Maternidade se mostra uma obra de arte produzida pela escritora Buchi Emecheta, que muito bem soube trabalhar com a ironia do título. É um livro fluido, ainda que com muitos momentos difíceis de ler. E é imergindo na história que saímos do nosso "mais do mesmo" para ver a vida sob uma outra ótica cultural. Alegramo-nos com suas alegrias, mas também frustamo-nos com suas frustrações.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

O Milagre da Manhã: Qual é a Real Aplicabilidade?



O Milagre da Manhã de Hal Elrod é um best seller queridíssimo pelos blogs de produtividade e relutei bastante em lê-lo justamente por passar por um momento de certa aversão a este produzir, produzir, produzir sem sentido. E embora o livro tenha uma abordagem bastente voltada para o sucesso, você pode lê-lo com olhos de busca de qualidade de vida, o que torna a leitura bem agradável. O fluxo de leitura é bem rápido, além de o livro ter apenas dez capítulos. Mas o ideal é ir lendo e anotando (e buscando praticar, é claro).

Resultado de imagem para o milagre da manhã pdfNão venho aqui também para apenas reproduzir o que o livro diz como se fosse algo totalmente novo, mas posso resumir as seis atividades.


  1. Silêncio.          
  2. Afirmações.
  3. Escrita.
  4. Visualizações.
  5. Exercícios.



Não necessariamente nesta ordem, uma vez que a adaptação para o seu perfil é o mínimo a ser feito para a manutenção do hábito fazer sentido pra você. E é neste sentido que venho nesse post dar meus pareceres sobre a aplicação desta técnica em minha vida para que vocês tenham uma noção de como é antes de procurarem aplicar também.

Dia 1

A primeira manhã só não foi um fracasso total por eu ter aprendido algumas coisas. Acordei mais tarde do que planejei e só consegui realizar uma das tarefas propostas. A primeira lição aprendida foi, que seria um conselho que o autor daria logo em seguida no livro, não fazer nada na cama. Começar pelo silêncio em uma cama macia e confortável logo nos leva de volta ao sono profundo.

Dia 2

Na segunda manhã, eu já quase tinha terminado de ler o livro, então já tinha aprendido muitas dicas, embora não colocasse em prática todos. Não consegui acordar uma hora antes do que normalmente acordo, mas não me cobrei muito, uma vez que ainda estou de férias (tenha dó). Não fiz a estratégia dos seis minutos, mas também não alcancei a um hora. Meia hora foram mais que suficientes. Não senti os benefícios de imediato, mas foi uma experiência interessante.

Dia 3

Passando por uma maratona de compromissos pela manhã, não procurei estender as atividades, realizando-lhes ainda assim com calma. Insisti no erro de realizar as atividades na cama, mas, menos cansada, consegui realizá-las mesmo assim. Reparei que mantenho bem o padrão de meia hora de milagre da manhã, funcionando bem para mim esta adaptação.

Dia 4

A partir daqui, finalmente, terminei de ler o livro e já estava mais adaptada a naturalidade de acordar e realizar as atividades. Faço pequenas alterações diárias na ordem e tipo de ação para cada atividade, de forma a tornar o processo mais fluido.

Dia 5

Para este dia, experimentei acrescentar exercícios e visualizações promovidas pelo Pinterest, mas como são atividades que dependem do celular, deixei-as para o final, para ir despertando bem antes de pegar no aparelho. Funcionaram bem e as afirmações e visualizações estão funcionando muito mais que anteriormente.


  Esforcei-me ainda por mais quatro dias, adaptando uma coisa aqui, mudando outra coisa ali. Mas senti-me muito numa obriação em muitos dos aspectos. Obviamente, o próprio autor sugere que tentemos manter o hábito por um mês, então pouco mais de uma semana não bastaria. No entanto, por me conhecer, sei que não funcionaria muito melhor que isso. Apesar disso, um dos hábitos que gostaria de manter é a escrita pela manhã, assim, realmente, não há como o sono te fazer esquecer pela noite.
  No geral, estas foram as minhas percepções e, apesar de ter escolhido não continuar, ainda acredito que vocês deveriam tentar e tirar suas próprias conclusões!


quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Bienal Rio 2019: Como Não Passar Aperto



Estamos na metade desta Bienal e ainda dá tempo de você conferir esse evento incrível, mas obviamente, evitando passar perrengue. Já faz três edições que preparo postagens especiais sobre, e essa edição não vai ser diferente. Para conferir a edição de 2017 clique aqui e para a de 2015 clique aqui.

1. Transporte e Horário

Saiba como chegar com antecedência e se for de transporte público se programe para não pegar lotações. Às vezes vamos em dia de semana para pegar uma bienal mais tranquila - e mais povoada por escolas, o que não necessariamente é sinônimo de tranquilo -, mas esquecemos que o BRT, por exemplo, tem horários de pico de lotação com as pessoas que trabalham. Assim, evite ir de 6-8h e voltar às 16-18h.

2. Roupas Confortáveis

Essa é uma dica clássica, mas que mesmo assim muita gente se enrola (inclusive eu). Calça jeans é sempre uma boa pedida pra poder sentar no chão, por exemplo. Tênis confortáveis também, mas não adianta ser aquele tênis novo que você usou por meia hora uma vez e acha que é confortável, é aquele tênis de guerra que você tem certeza que dá conta de andar muito e cuidar dos seus pés.

3. Programação

Veja a programação com antecedência para não acabar perdendo uma presença ou evento que te interessa. É um tanto quanto lamentável estar no mesmo lugar que aquele autor e não poder vê-lo porque não se programou pra isso. Inclusive, dependendo do autor, pode ser bom destinar um dia para ir vê-lo e conhecer no geral o evento, e outro dia só para comprar devido ao tempo que pode levar.

4. Livros

Pesquise o preço dos livros que te interessam antes de ir à bienal e compare o preço dos estandes. Mas se você achar um livro que te interessa a um preço muito barato não deixe de comprar achando que vai achar em outro a 10 reais mais barato, por exemplo. Ora, se já é muito mais barato do que você tinha pesquisado antes, certamente alguém vai notar isso também e levar o livro que você quer. Então, quando você voltar ao estande vai ver que seu favorito não está mais lá e haja frustração. Digo porque vivi.

5. Mapa

Use o mapa do evento e marque os estandes que mais te interessam para que você possa voltar neles sem muita dificuldade depois para comprar seus livros. O mapa do evento também é ótimo para não perder muito tempo estando perdido.



Agora saindo um pouco das dicas, queria fazer uns comentários gerais sobre minhas experiências. Os livros não estavam tão baratos, e os outlets não tiveram achados tão fáceis quanto nos anos anteriores (estavam até mais bagunçados inclusives). Mas, no geral, foi um evento muito bom para me reconectar pelo gosto pela leitura e pra, de certa forma, me reencontrar com uma eu mais jovem (e mais contente).

1. O Mundo de Sofia - Jostein Gaarder
2. Love Is: Ilustrações sobre o Amor - Puung  (Esse é pra dar de presente 💙)
3. O Diário de Anne Frank - Anne Frank
4. Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley


Bem, é basicamente isto. Tenham um bom evento e me digam o que acharam dele, se as dicas serviram e se vocês têm algo pra compartilhar!


terça-feira, 13 de agosto de 2019

O Menino queDescobriu o Vento: Uma Abordagem Geográfica

  O seguinte texto foi elaborado para uma disciplina da faculdade onde tive que fazer uma resenha de uma produção artística que retratasse um país africano além dos estereótipos. Pensado para sala de aula (ou além dela), coloquei em prática em um pré-vestibular social como uma proposta de aulão e tive bons resultados com os alunos. Espero que seja de bom proveito e, se utilizaras explanações, não deixe de atribuir os créditos e de, é claro, me contar como foi a experiência!


  O filme O Menino que Descobriu o Vento produzido pelo diretor Chiwetel Ejiofor no ano de 2019 é baseado em livro de mesmo nome escrito por William Kamkwamba e Bryan Mealer. A história é real e baseada na vida do mesmo William, que cresceu na vila de Wimbe, no Malaui. Por volta de 2001, uma série de acontecimentos marca sua vida, que passam por questões familiares, políticas, econômicas, culturais, de fome e de criação. Com a crise que se estabelece não apenas em seu povoado como em todo país, William é obrigado a deixar de frequentar a escola. Mesmo assim, ele resiste e com a ajuda de seus primos e dos livros da biblioteca, tem uma ideia inventiva para solucionar o problema da colheita: moinhos de vento para bombear água e irrigar os campos.

  Procurei dividir o filme em seus principais momentos, evitando possíveis “spoilers”, mas abordando os pontos geográficos centrais que podem ser abordados em sala. Sendo assim, o filme é dividido nos seguintes momentos:

  •        Kufesa, o plantio – com a perda de um familiar, sua vida se reestrutura. O clima local quente e seco, marcado por ventos fortes e chuvas torrenciais, define a colheita local. Mesmo vendendo o Malaui grãos excedentes para Quênia e Moçambique, o Estado passa por uma crise econômica que nem o FMI e o Banco Mundial puderam prever.
  •       Kukula, o crescimento – a democracia é narrada como “madeira importada, apodrece rápido”, o que demonstra logo em seguida que a democracia é na verdade uma ditadura disfarçada, com ampla repressão local aos insatisfeitos. Neste momento, compreende-se melhor a organização do país, havendo além do presidente, chefes locais que se responsabilizam pelo seu povo.
  •       Kukola, a colheita – com a falta de chuva não há plantio que cresça, e os preços dos grãos crescem exorbitantemente.
  •       Njala, a fome – um dos personagens diz ser o fim do tempo dos livros para ser o tempo do arado. No entanto, se não há condições biológicas para tal, o arado é em vão.
  •       Mphepa, o vento – por fim, William consegue apoio geral, vista a falta de alternativa das pessoas e a partir da ciência dos livros, pôde-se desenvolver a técnica e reverter as condições. Sendo assim, o tempo dos livros pode ser também o tempo do arado.

  O filme e o livro apresentam algumas diferenças, possuindo o segundo mais riqueza de detalhes. Por exemplo, no livro, é apresentado o fato de a fome ser quase um evento cíclico naquela região do Malaui; além disso, William não recebe apoio além do dos primos até que o primeiro moinho esteja pronto, servindo este apenas para energia elétrica de sua casa. Apenas mais tarde ele consegue desenvolver sua tecnologia voltada para o plantio, alem de poder aperfeiçoá-la conforme oportunidades de estudos foram aparecendo em sua vida.

  É interessante também notar que os momentos se referem à natureza, ao homem e, portanto, às suas relações. Ainda assim, as duas obras mostram perfeitamente que - diferentemente das sociedades ocidentais altamente tecnificadas e afastadas do meio natural -, a aproximação cultural do homem com a natureza permite que a técnica contribua ainda mais com essa interação.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Euphoria: Tão Crua que Dói de Ver (E isso é Bom)

 Se eu tivesse que definir Euphoria em uma palavra seria crua. É uma série crua, feita para ser imersiva e perturbadora. Desviei meus olhos inúmeras vezes da tela, pode ser gatilho para muita gente, mas tem mensagens a serem passadas, embora nem todas tão explícitas. É entretenimento, mas também é feita pra pensar. Daquelas séries que se assiste e se continua pensando sobre um tempo, muita coisa pra processar.

  Talvez o paralelo de Skins dessa geração, já me desculpo previamente por não me privar de comparações. Ora, Skins foi a série adolescente que desconcertou os pais e se tornou a favorita dos adolescentes, tendo impacto nas  redes sociais - com os clássicos gifs em preto e branco da Effy. Mas era evidente a romantização de distúrbios mentais, drogas e relacionamentos tortos. Euphoria mostra tudo isso, de forma ainda mais impactante, e promove uma conscientização além do discurso. As consequências dos atos que os personagens enfrentam são tão impactantes que criam um senso de distanciamento, entende? As cenas  são difíceis de ver.

  Imagino que os pais da geração tem o que aprender da mentalidade da juventude contemporânea. Quero dizer, tem coisas que parecem absurdas pra mim que sou da geração anterior (?), que dirá para os pais. Por exemplo, os nudes são um tema frequente, comum a quase todos os personagens, é usada nos termos da Rue como "moeda do amor", o que pra mim é inconcebível, mas que não é difícil de imaginar como um pensamento recorrente pra alguém que ainda está consolidando suas próprias ideias.

Personagens

Os personagens são aprofundados especificamente um por episódio, embora se desenvolvam também nos outros. Voltamos às suas infâncias e vemos (e ouvimos) suas vidas através da Rue - que é uma excelente narradora. Suas justificativas são mais profundas que um simples "eu quis" ou "estou chateado com uma coisinha em meio aos meus privilégios". Aliás, temos um ou dois personagens que tomam atitudes movidas por isso e são justamente eles os menos favoritos (um deles até o odiado). Este último, é o Nate. É o personagem que mais tem perfil de Riverdale, quase deslocado da série, até que no final as histórias se costuram melhor. Ele só não é totalmente problemático por si só justamente pelo aprofundamento familiar que a história constrói, mas isso não o torna menos desprezível. Já o pai do Nate merecia um fim melhor (ou pior, talvez), o cara tem certamente algum distúrbio, mas não acho que ele vá ter muito mais destaque por não ser parte do núcleo jovem.

  De resto, os personagens são carismáticos e facilmente compreensíveis e adoráveis. Façamos um apanhado por núcleo. Cassie é uma das que mais quero ver desenvolvida nas outras temporadas, seu potencial além do rostinho bonito foi feito pra ser mostrado. McKay eu não quero nem ver perto da Cassie mais, no entanto, ele ainda tem o que crescer, ainda mais com os eventos chocantes acontecidos nessa temporada. Lexi tem sido evidentemente guardada para mostrar-se com destaque na próxima. Há uma quarta amiga do grupo da Cassie, Maddy e Kat - de quem iremos falar já já - que foi bem esquecida também, se não forem fazer nada com ela futuramente, confesso que vai haver certa decepção, afinal, seria apenas uma centralidade de figurante. A Kat é lindíssima que tem sua virada de personalidade conforme se descobre sexualmente. Ela não tem das melhores soluções para os seus problemas e ainda tem o que colocar no lugar em sua personalidade, mas é uma das favoritas da série. Maddy teria tudo para ser a patricinha mimada da série, com a excessão de que ela não é rica, nem branca. Ela é uma lindíssima latina que descobre que pode ser tudo o que quiser se for confiante, e isso é uma mensagem poderosíssima. Se ela não tivesse desperdiçando seu próprio potencial fazendo sua vida girar em torno do Nate. É sério, pra próxima temporada, esteja decretada o fim desse casal e dada a largada do exponencial sucesso da Maddy.

  A forma natural como tratam a transsexualidade de Jules também é admirável, há as dificuldades da infância e algumas poucas situações de preconceito. Mas é evidente que ela já está em outro nível, discutindo questões de feminilidade e sexualidade. A irmã da Rue também já apareceu enquanto personalidade, mas enquanto sua puberdade vai passando, ainda tem muito pra aparecer. O Fez é um cara fácil de empatizar conforme se vê a relação familiar e de personalidade, embora o caráter não seja dos melhores sempre. E a Rue é a coisa mais preciosa de Euphoria. Cheia de potencial e de coisas lindas por ser e fazer, infelizmente passa por uma situação muito difícil com drogas. A situação dela é representada ao extremo sem glamourização nem se quer dos motivos. Espero que a Rue possa realmente se recuperar nas próximas temporadas.

Produção

É evidentemente uma produção que deu muito trabalho pra fazer. A cenografia é linda com destaque pras luzes, de forma que assistir por si só é uma experiência como li em um sábio comentário no Youtube. Ás vezes a iluminação fica muito artificial, mas o compromisso da série nesse sentido é além-realidade, é mais uma coisa sensorial mesmo. O roteiro não me chamou muito atenção como um todo, o destaque é mais para a narração da Rue e da carta da mãe dela no último episódio. Por essas evidências já se dá pra ver que os roteiristas são bons, mas que deixam a desejar na minha opinião nos diálogos. Não que eles sejam antinaturais, mas acho que faltou um pouco do "icônico" que a série oferece em muitos sentidos. E já que falamos nesta palavra, o que falar das maquiagens, não é mesmo? Todas as meninas parecem fadas futuristas ou coisa do tipo. Dá vontade de arrumar uma oportunidade pra fazer igual, afinal a forma como se expressam através dela é fantástica. Por fim, a trilha sonora é impecável, mal terminei de assistir já estava atrás de playlists no Spotify.


A série é excelente e mal posso esperar pela próxima temporada. Ela é um alerta da HBO para a Netflix de que eles estão aí pra dar trabalho, até porque eles preferem investir alto em algumas séries e dar continuidade ao invés de atirar para todos os lados e cancelar um monte que possuía grande potencial.


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