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domingo, 25 de setembro de 2016

Algumas Atualidades para Propostas de Redação

Imagem de coffee, book, and writing


 

As provas de vestibular estão chegando e pensando no desespero com as possíveis temáticas de redação, resolvi fazer esse post com algumas atualidades. Por mais que não venham a ser o tema da redação, elas podem te ajudar a pensar em propostas de intervenção e em desenvolvimentos muito interessantes que cabem em muitas outras temáticas. Algumas, inclusive, seguem com sugestões de abordagens para lhe dar uma pequena orientação de pesquisa.
  Espero que ajude e dê algum incentivo para que pesquise e treine redações para o Enem ou outros vestibulares.
 

- Minorias e questões culturais
Abordagens: apropriação cultural, segregação, preconceitos perpetuado.
Exemplos: movimento negro, indígena, mulheres, sem terra, LGBT.


- Reforma e revolução
Abordagens: diferenças e aplicações no Brasil, a política atual do país.


- Direito à cidade
Abordagens: mobilidade urbana, segregação socioespacial, acesso a espaços de lazer, olimpíadas, mudanças na infraestrutura: agentes e beneficiados.


- Dignidade humana
Abordagens: olhar questões como refugiados, xenofobia disfarçada, miséria, ética e moral.


- Olhar crítico sobre desenvolvimento sustentável



- Segurança alimentar
Abordagens: neomalthusianos, latifúndios, agrotóxicos, transgênicos, alimentos orgânicos.


- O mal do século: problemas constantes da juventude no século XXI
Abordagens: mudanças muito rápidas no mundo, depressão, uso exacerbado de tecnologia, novas drogas (sintéticas principalmente), mudança nas formas de relacionamento.



- Os Desafios da Educação
Abordagens: implementação de novas tecnologias, falta de recursos dada pelo governo, currículo mínimo, olhar crítico sobre interdisciplinaridade, escola além da sala de aula, incentivos aos discentes e docentes.


- As Indústrias Disfarçadas
Abordagens: Beleza (estética, construção cultural de padrão, mídia), Medo (mídia, publicidade, etc.)


- A falsa neutralidade da Ciência e da Mídia


- Família e Sociedade
Abordagens: o que está na lei, o que é aceito, qual o papel da família na formação do indivíduo etc..


- Liberdade de Expressão e Privacidade
Abordagens: o que é liberdade?, câmeras de vigilâncias, regulação da internet, até que ponto a lei protege a liberdade, consequências de ações etc.

 

28 de dezembro de 2015.

  É reconfortante a sensação de livrar-se de algo. Eu finalmente havia tomado a coragem que precisava para pedir demissão no café. Por mais que eu fosse sentir falta de Eduarda e que mudanças desse porte fosse algo brusco, um peso havia saído de minhas costas.
  Decido comemorar passeando por ali. Esperava não voltar ali tão cedo. Minha imagem refletia nas vitrines: uma mulher magra vestida de preto com uma satisfação no rosto que não conhecia há muito tempo. Uma satisfação tão evidente que me surpreendia, eu já havia esquecido como eram minhas expressões faciais em meio ao vazio diário.
  Quando me dou conta, a lua já está no céu. Sentia como se eu tivesse enterrado uma parte de meus problemas sob sua poeira. Eu sabia que ainda havia mais a se enterrar, mas talvez eu não quisesse... Talvez eu não soubesse qual era o outro problema. Ou negasse até o fim.
  Em uma conversa dessas com Eduarda ela deu a entender que talvez eu estivesse vivendo muito em razão de Hugo. Alterei-me, disse que não, que nunca mais voltasse naquele assunto. De fato, não mais voltamos a ele, mas era algo que passava por minha cabeça às vezes.
  Talvez, eu devesse simplesmente construir uma casa na lua, próxima aos meus problemas. Saber conviver seria uma virtude, não seria? A quem estou perguntando, afinal? Não há ninguém para responder.
   A verdade é que minha vida está empoeirada demais, e, infelizmente, não é poeira lunar. A verdade é que estou fazendo meu máximo para tentar limpá-la, e, por mais que eu tente negar, percebo finalmente que empurrar a sujeira para baixo do tapete não é a solução.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Maratona #TBREmCacos


Imagem de book, vintage, and clock



  Essa maratona é a primeira promovida pelo Livraria em Casa e promovida também pelo meu maratoneiro literário favorito Geek Freak. Irá das 0hs do dia 24 de setembro até o dia 2 de outubro e terá a interação no Facebook e no Twitter através da hashtag #TBRemCacos . Há também quatro desafios, nos quais eu já selecionei minha própria TBR a partir deles.
 
 
- Ler o livro mais recente da sua estante : A Sociedade do Espetáculo, Guy Debord.
- Ler um livro que você não sabe a sinopse e Ler um livro que ninguém fala sobre: Nas Noites Árabes, Tahir Shah.
- Ler um livro que você já deveria ter lido e está enrolando: O Retorno do Rei, Tolkien.
 
  Um post bem rápido só pra situar a TBR e essa maratona surpresa! Boa leitura para todos!
 

sábado, 17 de setembro de 2016

24 de dezembro de 2015.



 
  Sentada no sofá, o único móvel novo que eles conseguiram comprar, Ana passeava o dedos sobre o controle remoto de sua antiga tv. Sem disposição para liga-la, no entanto. Reparou que a lâmpada precisava ser trocada, no entanto, a luz dos postes da rua invadia a sala pela janela. Já havia assistido o pôr do sol, avisado para seus pais que assim que desse aparecia na casa deles e cozinhado até que de boa vontade alguns petiscos para quando Hugo voltasse.
  Ela não tinha grandes expectativas para o Natal desde que se lembrava. Ele muito menos, era ateu. Ainda assim, Ana acredita em Algo Maior. Só não sabia explicar. E, de alguma forma, aquele Natal era diferente. Era o primeiro que passariam juntos em seu novo apartamento.
  Vinte e três horas e quarenta e cinco minutos. Hugo havia ido resolver alguns problemas da loja de discos com o primo. Ele sairia da sociedade para correr atrás de uma antiga vontade: o curso de gastronomia. Isso havia feito o corpo dela se revirar com algo que há muito desconhecia: o desejo de uma mudança real para si. Talvez devesse seguir os passos dele e sair daquela cafeteria.
  Olhou pela janela. Não havia ninguém na rua, a não ser uns poucos infelizes sem destino. Tudo parecia tão solitário lá fora. Ele não estava vindo. Não havia nada para ela olhar. Talvez ela devesse estar em outro lugar. Voltou para o sofá.
  Ana acendia e apagava o isqueiro que Hugo havia esquecido incessantemente. Imaginou se ele já teria dado falta do objeto. Provavelmente sim. Imaginou se ele já teria dado falta dela. Não estavam tão longe assim, mas o poder da data fazia-o parecer estar a quilômetros de distância.
  Meia noite. 25 de dezembro de 2015. Acendeu o isqueiro mais uma vez, sentiu o calor em seu rosto e fechou os olhos.
  "Deus... Ou qualquer força maior que eu... Por favor, olhe por nós. Faça-nos sentir abraçados ao menos uma vez na vida."
  Terminou sua prece silenciosa e soprou a chama, retirando o dedo que a acionava logo em seguida, simulando o apagar do fogo de uma vela. Colocou o objeto azul no braço do sofá e correu os dedos para o celular.
"Já está chegando?" enviou a mensagem.
"Ocorreu um imprevisto. Vou dormir aqui na casa do meu primo. Quer vir pra cá?" respondeu cinco minutos depois. Ela pensou realmente em ir, mas não queria passar essa noite em outro lugar a não ser em sua própria casa.
"Não... Te vejo amanhã."
"Ok. Feliz Natal."
  Era um desejo vazio. Ele não se importava com aquela data. Ela fingia não se importar também, mas agora percebia que não adiantava negar isso para si mesma. Sentida, deitou-se no sofá e adormeceu.


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Resenha de Esquadrão Suicida



  



Imagem de suicide squad, harley quinn, and katana

  Precisei de muita preparação psicológica para escrever essa resenha para que ela não fosse completamente imparcial devido ao meu nível de fangirl pela DC. As opiniões em relação ao filme ficaram bem dividas, uns enchem de elogios e os outros esculhambam. Não é bem por aí. Tem seus lados negativos (que são bem monstruosos) e positivos (que são bem cativantes). Obviamente, vamos começar pelos negativos. Afinal, terminar com um carinho é melhor do que terminar com uma paulada.
 
  Um dos principais problemas foi o seguinte: venderam uma coisa e compramos outra. O primeiro trailer de Esquadrão Suicida - que, particularmente, me levou ao delírio - teve um clima todo sombrio ao som de uma versão de fundo de caverna de I Started A Joke. Os próximos dois já tinham uma pegada completamente diferente. A possível explicação para tal teriam sido as críticas à sobriedade de Batman vs. Superman. Essa mudança de tom se refletiu também em todo o marketing posterior, que ganhou cores fluorescentes - que inclusive foi uma estratégia para chamar a atenção de um público mais jovem - e até na edição do longa metragem.
 
Imagem de harley quinn, joker, and suicide squad  Essa edição, aliás, foi um dos motivos das reclamações. Já sabemos que é um recurso da Warner e da DC deixar cenas extras para venderem DVD's e Blu Rays depois, mas cortar cenas importantes e deixar outras irrelevantes apenas por questões de estética já é demais. Muitos momentos que vazaram dos bastidores revelariam o quão abusivo é a relação do Coringa e da Arlequina, mas preferiram cortá-las e acabou por acontecer que muitos dos expectadores interpretaram a relação deles como saudável. Talvez isso seja reparado no filme solo da Arlequina que a DC está preparando - que eu espero que tenha muito de As Sereias de Gotham. Outras cenas também pareceram um pouco injustificáveis e talvez com esses extras as coisas fiquem um pouco mais claras (ou não).
 
  Quanto aos personagens... Viola Davis interpretou a si mesma (segundo suas próprias palavras), não é novidade. Ficou bom, claramente. Mas até que ponto isso não vai começar a cansar? Batman teve algumas aparições para a alegria de seus fãs, mas a pergunta que não quer calar: aonde ele estava quando a merda tava rolando? (responderam no final dos créditos, mas não me convenceu não) Quem não procurou saber não faz ideia de quem seja Slipknot, e se o sujeito apareceu em seis minutos de filme foi muito. Crocodilo é descrito como um humano que foi tratado como um monstro por assim se parecer e acaba por se tornar um; teria uma interessante abordagem se o cara não fosse esquecido até o clímax. Bumerangue tem um apeguinho estranho com um unicórnio rosa (uma possível tentativa de humaniza-lo ou só mania estranha mesmo?) e, muitas vezes, parece estar incluído só para fazer número. Rick e June são um casal clássico, nada novo. Magia é um tipo de personagem muito diferente do usado normalmente pela DC, talvez devesse ser "guardada" para outro filme. Katana foi outra que ninguém sabe porque apareceu. Ela não é vilã e sua função é proteger um cara que não precisa de proteção. El Diablo tem uma das histórias que mais poderiam ser exploradas e o cara simplesmente fica "apagado" (piada mais infame que mortal). Aliás, só acertaram com ele quando ele fica em sua forma divina, fazendo clara referência às grandes civilizações da américa: mais, incas e astecas. Quanto ao Coringa, com sua participação reduzida a vinte minutos, poderia dizer que não dá pra ter opinião formada sobre. Mas dá sim, meus caros. Dá pra fazer um post inteiro só sobre Os Vinte Minutos de Cena do Coringa em Esquadão Suicida. Mas vou tentar reduzir para me poupar estresse. Gangster abusivo, gosta de causar, não tem o que fazer e fica arrumando faca no chão sem razão, ri sem motivo, tem uma tatuagem na mão que dá um mínimo estilo, meio pornô, andou frequentando smart fitness, veste umas roupas legais e uma dentadura nem tão legal assim. Essa foi a impressão. Se vai melhorar, eis a questão.
 
Jay Hernandez suicide-squad-set-photos-show-harley-quinn-and-deadshot-getting-up-close-and-persona-400683: Entretanto, o que mais me incomodou foi o roteiro. Tudo bem que deram um prazo de seis semanas para a composição do mesmo, mas isso já é um problema da Warner. A questão começa quando o principal arco problemático do filme é causado justamente pela formação de um Esquadrão que deveria resolver esses problemas. Parece contraditório? Exatamente. A luta do clímax, aliás, parece muito inverossímil dentro do próprio universo: é algo muito grande para uma equipe com habilidades inferiores às do vilão e vilã em questão (dá pra perceber que estou me segurando muito para não soltar um spoiler, ainda que a essa altura do campeonato você já tenha pegado alguns). Uma das possíveis alegações para tal tipo de inimigo, é que este teria que ser de uma maldade muito maior que a dos vilões do esquadrão para que houvesse uma coerência. Entretanto, isso poderia se concretizar sem que a diferença de forças não fosse tão gritante. Uma narrativa mais pé no chão faria muito mais sentido e conversaria muito mais com a proposta do grupo. Muitas das falas também têm contrariedades, como, por exemplo, a Amanda Waller usar de argumento para a criação do grupo a possibilidade de surgir um "Superman do Mal". Como já falei, eu duvidei até que o esquadrão pudesse vencer o famigerado inimigo, que dirá um superman. Uma outra gafe fala é a seguinte proferida pelo Pistoleiro: "Moça, você é do mal". Precisamos de comentários? Acho que não.
  Agora, os pontos altos. A trilha sonora feita especialmente para a o filme e as regravadas ficaram excelentes e pareceram muito compatíveis com a proposta do longa. Entretanto, algumas delas não tocaram durante o filme, ficando reservadas só para os créditos, ou tocaram por míseros segundos. Como elas são muito boas, fica perdoado dessa vez, vai. Algumas cenas são muito bonitas, agradáveis de ver mesmo, como por exemplo, a ginástica na cela, o freak show do Coringa, a perseguição de carros, a luta principal do El Diablo etc. Os personagens que roubaram a cena foram o Pistoleiro e a Arlequina. Só não roubaram literalmente porque esse destaque todo foi concedido por uma questão de salários, não é mesmo? E, no geral, o filme é muito divertido. É o tipo de filme que eu reveria várias vezes por puro entretenimento.
  Vocês me desculpem por ter metido o pau, pra no final ter falado que gostei à beça. Vocês sabem, a imparcialidade é cruel.

sábado, 10 de setembro de 2016

16 de dezembro de 2015.

 



  Há anos atrás eu gostaria de ter visto o mundo e ter tido um pedaço dele. Gostaria de ter feito de tudo nas noites quentes de verão. Teria sido até ambiciosa em querer diamantes e viagens, mas agora tudo me parecia tão longínquo. Até mesmo as coisas que almejo agora me parecem distantes. Inclusive você.
  O café fica pronto e despejo o escuro líquido em minha xícara. O som que costumava ser relaxante agora me angustia profundamente. Observo-o cair e vejo tudo sem foco. Tão sem foco quanto minha vida.
  Ouço um barulho de chave. É ele. Coloco a cafeteira na pia e vou em direção à porta. Vejo Hugo retirando um pôster vermelho de um filme que gostávamos da parede. Queria perguntar o que estava fazendo, mas, ao mesmo tempo, me bastava observar. Ele se virou e sorriu, tranquilo.
  - Tenho algo para nós dois. - ergueu um pano escuro que devia ser um pedaço de blusa velha. - Mas preciso que seja surpresa.
  Eu queria um beijo, um abraço, um "estava com saudades", mas estava tudo bem assim também. Ao menos eu tentava me convencer disso.
  - O que você está arrumando?
  - Já não disse que é surpresa? - repreendeu-me.
  - Tudo bem.
  Calo-me e ele me conduz para fora do apartamento, tranca-o, e me guia escada abaixo. Entramos num carro, um táxi, deduzo quando ele passa o endereço. Não é uma rua que eu conheça, mas as referências são lugares que ele gostava muito de ir. Eu gostava também.
  Hugo cantarola o ritmo de uma de suas músicas favoritas. Eu não gostava dessa. Momentos depois, desço do carro e ele orienta até um lugar que eu identifico como elevador assim que sinto a peculiar sensação nas panturrilhas e estômago. Subindo.
  Paramos algumas vezes antes de sairmos. Barulho de chaves, uma porta se abre, a venda é retirada. Um espaço branco e mediano se mostra à minha frente. O cômodo principal correspondia ao tamanho da minha sala e quarto juntos. As paredes brancas pediam uma nova pintura, mas havia algo de aconchegante nelas. Havia apenas uma vassoura vermelha no lugar.
  - O que é isso?
  - Nosso espaço. Dessa vez a gente vai dividir tudo. - ele entrou e com fita adesiva colou o pôster em uma das paredes. - E arrumar tudo.
  Olho para aquele lugar e nos vejo arrastando móveis para lá e para cá, apagando e acendendo as luzes ao dormir e acordar. Havia algo de elétrico e belo em seu olhar e eu o amei ainda mais.  Perguntei-me então se você um dia deixaria de me amar. Talvez quando eu não fosse mais jovem ou bonita como costumava me dizer... Senti meus olhos encherem de lágrimas. Abracei-o, beijei-o e disse:
  - Senti saudades. - suspirei. - Obrigada.
  Ele posicionou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e me olhou ternamente. Soube então a resposta para minha pergunta. Eu sabia que sim.

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