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domingo, 25 de setembro de 2016

28 de dezembro de 2015.

  É reconfortante a sensação de livrar-se de algo. Eu finalmente havia tomado a coragem que precisava para pedir demissão no café. Por mais que eu fosse sentir falta de Eduarda e que mudanças desse porte fosse algo brusco, um peso havia saído de minhas costas.
  Decido comemorar passeando por ali. Esperava não voltar ali tão cedo. Minha imagem refletia nas vitrines: uma mulher magra vestida de preto com uma satisfação no rosto que não conhecia há muito tempo. Uma satisfação tão evidente que me surpreendia, eu já havia esquecido como eram minhas expressões faciais em meio ao vazio diário.
  Quando me dou conta, a lua já está no céu. Sentia como se eu tivesse enterrado uma parte de meus problemas sob sua poeira. Eu sabia que ainda havia mais a se enterrar, mas talvez eu não quisesse... Talvez eu não soubesse qual era o outro problema. Ou negasse até o fim.
  Em uma conversa dessas com Eduarda ela deu a entender que talvez eu estivesse vivendo muito em razão de Hugo. Alterei-me, disse que não, que nunca mais voltasse naquele assunto. De fato, não mais voltamos a ele, mas era algo que passava por minha cabeça às vezes.
  Talvez, eu devesse simplesmente construir uma casa na lua, próxima aos meus problemas. Saber conviver seria uma virtude, não seria? A quem estou perguntando, afinal? Não há ninguém para responder.
   A verdade é que minha vida está empoeirada demais, e, infelizmente, não é poeira lunar. A verdade é que estou fazendo meu máximo para tentar limpá-la, e, por mais que eu tente negar, percebo finalmente que empurrar a sujeira para baixo do tapete não é a solução.

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