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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

13 de dezembro de 2015.



 
  Dez horas e trinta e quatro minutos de um domingo. Viro-me na cama, despertando. De certa forma, eu me sentia mais leve. Levanto-me e tomo uma ducha. A água gelada lava meus cabelos e as gotas acarinham meu corpo, fazendo-me arrepiar.
  O dia parecia ter mais cor que o normal e, de certa forma, eu sentia que as coisas estavam mais organizadas em minha cabeça. Ainda assim, tenho a impressão de que devo organizar-me ainda mais, para que eu não me desorientasse novamente tão cedo.
  Mais uma vez, pego o caderno e a caneta. Posiciono também meu velho notebook em cima da mesa. Jogo na pesquisa algo como "inspiração para escrever" e acabo indo parar em um sote de layout estranho chamado "Season of Love" que disponibilizava uma série de perguntas que supostamente despertariam minha vontade de escrever. Perguntas sobre o significado do meu nome, dissertações sobre minha família e minha condição financeira. Talvez fossem boas técnicas para alguém, não para mim. Pressionar-me a pensar e escrever sobre esses temas me incomodava mais do que ajudava.
  Desço a página rapidamente, com os olhos procurando um item que realmente me trouxesse interesse. Chego ao último: O que você quer saber? Era uma pergunta muito vaga. As possibilidades eram imensas. Tiro a tampa da caneta e abro o caderno aleatoriamente. Havia certa fúria em meus gestos, como se eu eu tivesse medo de deixar a inspiração ir embora. Era isso.
 
" Eu quero saber quando isso vai acabar. Esse medo de deixar qualquer sentimento ir embora, ainda que a inspiração não possa ser considerada um sentir. Ainda que ele não possa ser considerado um sentimento. De qualquer forma, esses elementos me provocam sensações que anteriormente eu desconhecia. Contraditoriamente, também tenho medo de me aprofundar mais e perceber que simplesmente nunca conseguirei obter o suficiente. Esse medo de variadas faces me aprisiona em um presente estagnado com colorações de passado e perspectivas de futuro vazio. Não há terras prometidas, raios solares. Não há esperança."

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