Trechos de Ensurdecedor
Faz mais de um ano e meio que li este livro incrível escrito por Francis Itani. Em resumo, trata-se da história da vida de Grania, uma moça que nasceu surda. Todo o seu crescimento é mostrado de forma adorável, e mais tarde, parte da história de Jim, seu maravilhoso esposo, também é contada. Como se a vida não fosse suficientemente difícil, Jim vai para a guerra e ela ainda enfrenta muitas outras dificuldades. É um livro que te faz se apegar pelos personagens, se comover com os acontecimentos e te dá vontade de ler novamente logo que se acaba.
Infelizmente, não é um livro que fez muito sucesso no Brasil e o encontrei na biblioteca da escola, mas se você tiver a oportunidade de ler, faça-o.
De qualquer forma, vamos aos trechos favoritos!
- Preparada? Para o quê? Para abrir caminho pelo silêncio. Mas o silêncio também protege.
- Ela tem de estar preparada o tempo todo.
- Estar dentro do silêncio é como estar debaixo da água.
- Está ancorada em terra firme, e não mais à deriva no escuro. Não sente medo.
- Não é culpa sua. Não importa o quanto se esforce, não importa o quanto queira.
- Não desista! Não vai dar certo se você desistir!
- As palavras voam e caem, estáticas e mortas.
- Certas dores são tão grandes, que têm de ser contida.
- Mas atrás não existe. Não para ela. Atrás é o escuro fora do pensamento.
- Sente o mar cantando no fundo da sua cabeça.
- Ela se senta na cama, recosta-se na cabeceira de metal e decide parar a tristeza. Achata a sua infelicidade.
- Gritam o silêncio dentro delas.
- Quem se importa? Quem se importa com o silêncio?
- Canta para si mesma, a ponta dos dedos batendo no lado da perna, enquanto lança seus medos ao escuro.
- Terão de viver dentro de momentos breves do presente, como viajantes que perderão partes de suas vidas.
- Para cima e para baixo, para fora de sua cabeça, suas palavras se arremetem como o voo das andorinhas.
- Uma força tão silenciosa que era possível que ela não soubesse que está ali.
- Sentiu que ela sabia alguma coisa, talvez algo pacífico, ou sábio, que possivelmente ninguém mais sabia.
- Músicas que não conheço, sons de que não posso me lembrar. As coisas estão sempre misturadas.
- Ela acreditava, ou pensava acreditar, que a música e o canto estavam em toda parte.
- Senti o cantarolar. Observo suas palavras. Vejo os seus dedos nas teclas. Sinto a sua música.
- Ele percebeu como ela estava à vontade em seu mundo interior, como era privado e tranquilo.
- Mas, quando estava longe dele, sentia a sua própria força movendo-se em direção a ela, da mesma maneira que sentia a dela em direção a ele.
- É fácil deixar as coisas afastadas.
- Era a sua risada o que ele mais gostava. O som de um suspiro interior.
- A mensagem dele era sempre música.
- "Meu amor", pensou, como se planejasse começar uma carta naquele instante, acreditando que, de alguma maneira, ela receberia seus pensamentos através do escuro.
- Uma invasão no escuro, uma pulsação que aumenta na cabeça.
- A sua vida estava mudando. Eventos estavam acontecendo rapidamente, um eclipsando o outro.
- Desastre nunca deixava de ser a atração principal.
- Agora, ela percebeu que cada momento que passaram juntos, tinha sido parte de uma elaborada despedida.
- Há coisas sobre as quais poderão agir, e há outras em que não.
- Mas isso só os torna mais determinados a prosseguir, continuar tentando, a continuar fazendo o que tem de ser feito.
- Fico dizendo a mim mesmo que tenho de ser capaz de suportar isso. Mas a dor não é tolerável. Não vai desaparecer. Tem vida própria.
- Pare! Pare de falar desse jeito sobre a sua própria dor. Tenha um pouco de decência!
- Ela estava cheia de uma saudade desesperada. Uma solidão tão quebradiça que ela achava que se partiria em duas.
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