Resenha de Orgulho e Preconceito
De qualquer forma, escolhi ler este livro simultaneamente com uma amiga minha, para comentarmos sobre e assim fazermos um mini clube do livro (?). Entretanto, ela foi mais compreensível do que eu com a crítica suave de Jane Austen. Eu entendo que para a época, ela revolucionou tudo etc., mas, pessoalmente falando, o livro não me impressionou.
Em resumo, a obra fala sobre uma família inglesa com cinco filhas. O pai é irônico e inativo, a mãe é escandalosa e pouco controlada, Lydia é impulsiva e individualista, Kitty é uma versão da irmã anterior, Mary é uma moça que busca desenvolver seus talentos e aptidões ao máximo para obter um mínimo de reconhecimento, Lizzy é preconceituosa e tem sempre uma resposta pronta e Jane é otimista e agradável.
A princípio, a família está preocupado com uma possível morte do pai e a perda da casa para um parente "próximo", mas logo a preocupação se dirige para o casamento de uma das filhas com um homem mais abastado que chega à região. Jane, Lizzy e seus respectivos futuros noivos são os personagens principais dessa teia de encontros, desencontros e bons modos. Aliás, este último é um fator bastante irritante, já que a todo momento os personagens se preocupam com isso.
Os cenários não são muito bem descritos, ficando a critério do leitor imaginar como bem entender. Esses locais se resumem à casa de um, casa de outro, baile, parque/jardim. Compensando isso, os personagens são muito bem descritos psicologicamente. Ainda assim, a "mudança" rápida do sr. Darcy me incomodou um pouco. Entende-se que o livro aborda a visão de Lizzy sobre ele, mas, de fato, ele tinha algumas falhas de personalidade por ela identificadas, e a partir do meio do livro elas simplesmente desaparecem devido a mágica do amor. Desculpem-me, mas para mim isso não cola.
Apesar de tudo, os diálogos são de uma pompa irônica muito bem construída. Orgulho e Preconceito flui devagar, mas é um livro que vale a pena ler, porque é um experiência diferente e rica para quem não conhecia esse tipo de romance.
Segue logo abaixo meus trechos favoritos.
- E eu poderia com facilidade perdoar o orgulho dele se o meu não tivesse sido atacado.
- O orgulho é uma falha muito comum, acredito. Por tudo o que já li, estou convencida de que, na verdade, é bastante frequente, de que a natureza humana é especialmente propensa a ele e de que há muito poucos entre nós que não acalentam um sentimento de autoadmiração em relação a alguma qualidade, real ou imaginária. Vaidade e orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam com frequência usadas como sinônimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho tem mais a ver com nossa opinião a respeito de nós mesmos, a vaidade, com o que desejamos que os outros pensem de nós.
- O ressentimento implacável é uma mancha num caráter. Mas o senhor escolheu bem a sua imperfeição. Realmente, não posso rir disso.
- Ele é um camarada agradável e lhe deixaria um passa-fora honroso.
- Mas essa expressão "violentamente apaixonado" é tão antiquada, tão duvidosa, tão indefinida, que não me esclarece muito. Aplica-se tanto a sentimentos nascidos de um contato de meia hora quanto a um afeto real e profundo.
- Oh! Como, de todo o coração, lamentava todos os sentimentos de desagrado que encorajara, todas as palavras insolentes que lhe havia dirigido. De si mesma, envergonhava-se; mas, dele, orgulhava-se. Orgulhava-se porque, nua causa de compaixão e honra, ele soubera dar o melhor de si.
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